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Morre o estilista francês Pierre Cardin, ícone da moda, aos 98 anos

Italiano naturalizado francês foi pioneiro na moda unissex e no prêt-à-porter, com designs futuristas e vanguardistas usados até pelos Beatles

Por Redação
Atualizado em 29 dez 2020, 09h59 - Publicado em 29 dez 2020, 09h27
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  • O estilista francês Pierre Cardin morreu nesta terça-feira, aos 98 anos, informou sua família à agência local AFP. Considerado um dos maiores ícones da moda, ele estava internado no Hospital Americano em Neuilly, a oeste de Paris.

    Nascido em San Biagio di Callalta, na Itália, em 1922, Cardin se naturalizou francês e iniciou sua carreira trabalhando para a Dior. Em 1950, criou a sua própria marca, homônima, pela qual fez história.

    Cardin ganhou destaque a partir da década de 1960 com designs futuristas e vanguardistas, e desde então se tornou um dos nomes conhecidos da alta costura. Entre os exemplos marcantes estão os robes bulles, “vestidos bolhas”, um recorte de tom futurista da peça, em que a saia do vestido rodado se ajusta na barra abaixo do joelho, criando um efeito balonê – modelo usado até os dias de hoje, com variações.

    Além de criar roupas femininas, Cardin impulsionou o que a revista Vogue chamou de “revolução” na moda masculina, sendo responsável até mesmo por ternos usados ​​pelos Beatles. Foi ele também o primeiro a criar coleções unissex.

    Beatles com terno Pierre Cardin -
    Beatles com terno Pierre Cardin – (//Reprodução)
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    Pioneiro, Cardin ainda deu o pontapé inicial do prêt-à-porter – nome dado às roupas ditas prontas para vestir, virada essencial para a democratização da moda. Assim, se tornou um dos primeiros estilistas a licenciar produtos e criar roupas para serem vendidas em grandes lojas de departamento do mundo inteiro. A decisão de levar suas criações masculinas e femininas ao maior número de

    Cena do filme House of Cardin
    Cena do filme House of Cardin (//Divulgação)
    Estilo futurista de Pierre Cardin
    Estilo futurista de Pierre Cardin (Filme House of Cardin/Divulgação)
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    consumidores possível causou escândalo entre os estilistas franceses, mas o êxito da empreitada justificou a decisão.

    “Perdi dinheiro com a alta costura e ganhei com o prêt-à-porter. Isso me permitiu sobreviver e continuar minha criação”, disse Cardin durante visita ao Brasil em 2011.

     

    Versátil, não se dedicou apenas à moda. Assumidamente incansável, investiu em áreas diversas como teatro, revistas e hotéis. A idade, no entanto, arrefeceu o seu ímpeto e fez a marca perder espaço ao longo dos últimos anos. Sua vida e obra pautaram documentários, entre eles, o mais recente, House of Cardin (2019).

     

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