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Morre o escritor italiano Umberto Eco, aos 84 anos

Filósofo, crítico literário, semiólogo, ensaísta e romancista, o autor do sucesso 'O Nome da Rosa' transitava com desenvoltura entre o mundo acadêmico e os best-sellers

Por Da Redação
19 fev 2016, 21h38
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  • Morreu na noite desta sexta-feira, aos 84 anos, o escritor e intelectual italiano Umberto Eco, autor de O Nome da Rosa, O Pêndulo de Foucault e O Cemitério de Praga, entre outros romances e livros acadêmicos. A notícia foi confirmada pela família ao jornal italiano La Repubblica. A causa da morte de Eco, que morreu em sua casa, ainda não foi divulgada.

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    Filósofo, crítico literário, semiólogo e romancista traduzido em mais de quarenta idiomas, o italiano transitava com desenvoltura entre o mundo acadêmico e os best-sellers. Nascido em 1932, na cidade de Alexandria, localizada na região italiana do Piemonte, Eco já era um intelectual respeitado quando lançou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980. Na obra, um frade franciscano inspirado em Sherlock Holmes investiga crimes misteriosos em uma abadia na Idade Média. A mistura de erudição e narrativa envolvente agradou público e crítica, e o livro foi um sucesso mundial. A obra ganhou uma também bem-sucedida adaptação para o cinema com Sean Connery – e transformou Eco em um dos maiores fenômenos literários do século XX.

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    Sobre a conciliação entre suas duas facetas – a de acadêmico e a de autor pop -, Eco dizia: “Eu sou um filósofo. Escrevo romances apenas aos fins de semana”.

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    A estética medieval, as seitas secretas e, claro, as teorias conspiratórias são temas recorrentes na obra do escritor – um fascínio que ele compartilhava com seus milhões de leitores. Em O Pêndulo de Foucault, um plano conspiratório feito por diversão sai do controle quando os personagens passam a ser perseguidos por uma sociedade secreta real. Em O Cemitério de Praga, que se passa no final do século XIX, o avô do protagonista é um antissemita que acredita que maçons, templários e illuminatis orquestraram a Revolução Francesa. No seu último romance, Número Zero, lançado no ano passado, um comendador cria um jornal somente para chantagear seus inimigos.

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    “A característica de uma conspiração verdadeira é que ela é invariavelmente descoberta”, disse Eco a VEJA em 2015. “O perigo está nas conspirações falsas, pois você não consegue desmenti-las – mas elas se prestam à manipulação: quem quiser tirar proveito delas poderá montar contraconspirações muito reais.”

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    Tanta conspiração rendeu um gracejo que Eco gostava de repetir em suas últimas entrevistas. “Eu inventei Dan Brown”, dizia ele, com uma boa dose de acidez, sobre o autor de O Código Da Vinci. “Ele é um personagem do meu romance O Pêndulo de Foucault. Eu o inventei. Ele compartilha da fascinação de meus personagens pelo mundo das conspirações. Suspeito que Dan Brown nem sequer exista.”

    Em junho de 2015, por ocasião do lançamento de Número Zero, o escritor recebeu a reportagem de VEJA para falar de literatura, jornalismo e também internet. “Com a internet e as redes sociais, o imbecil passa a opinar a respeito de temas que não entende”, disse. “A internet é como Funes, o memorioso, o personagem de Jorge Luis Borges: lembra tudo, não esquece nada. É preciso filtrar, distinguir. Sempre digo que a primeira disciplina a ser ministrada nas escolas deveria ser sobre como usar a internet: como analisar informações.”

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    Confira nas listas abaixo as obras de ficção de Eco e alguns de seus muitos tratados acadêmicos:

    Ficção:

    O Nome da Rosa, 1980

    O Pêndulo de Foucault, 1988

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    A Ilha do Dia Anterior, 1994

    Baudolino, 2000

    A Misteriosa Chama da Rainha Loana, 2004

    O Cemitério de Praga, 2010

    Número Zero, 2015

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    Não-ficção

    Obra Aberta, 1962

    Diário Mínimo, 1963

    Apocalípticos e Integrados, 1964

    A Definição da Arte, 1968

    Tratado Geral de Semiótica, 1975

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    Como Se Faz Uma Tese, 1977

    A Memória Vegetal, 1992

    Em que Crêem os que Não Crêem? (com Carlo Maria Martini), 1996

    Cinco Escritos Morais, 1997

    Kant e o Ornitorrinco, 1997

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    História da Beleza, 2004

    História da Feiúra, 2007

    História das Terras e Lugares Lendários, 2013

    (Da redação)

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