Elizabeth Gilbert, autora do best-seller autobiográfico Comer, Rezar, Amar, anunciou a morte de sua mulher, Rayya Elias, nesta sexta-feira. As duas assumiram o romance em setembro de 2016, quando Rayya já convivia com um câncer terminal.
“Ela foi meu amor, meu coração, minha melhor amiga, minha professora, minha rebelde, meu anjo, minha protetora, a pessoa que me desafiava, minha parceira, minha musa, minha maga, minha surpresa, meu presente, meu cometa, minha libertadora, minha estrela do rock, minha visitante de outro mundo, meu portal espiritual, meu bebê”, escreveu a autora em sua página do Facebook. “Eu te amei muito, Rayya. Obrigada por me permitir caminhar com você através do rio. Foi a maior honra da minha vida. Eu diria para você descansar em paz, mas eu sei que você sempre achou a paz meio entediante. Que você possa então descansar em euforia. Eu vou te amar para sempre.”
Elizabeth e Rayya foram amigas por quinze anos. Elas assumiram o romance dois meses depois de Elizabeth anunciar o fim do casamento com o brasileiro José Nunes, retratado na adaptação cinematográfica de Comer, Rezar, Amar pelo ator Javier Bardem — Elizabeth foi interpretada por Julia Roberts. Na época, a autora afirmou que a revelação foi feita porque Rayya tinha câncer no pâncreas e fígado, sem esperança de cura. Ambas não queriam viver os últimos meses juntas envoltas em segredos e mentiras. As duas se casaram em 2017.
“Algo aconteceu no meu coração com o diagnóstico de Rayya”, conta Elizabeth. “A morte — ou sua probabilidade — deixa tudo mais claro. Encarei a verdade: eu não amo Rayya como amiga, eu estou apaixonada por ela. E não tenho mais tempo para negar a verdade. A ideia de um dia sentar ao lado dela no hospital, segurando sua mão e a observando partir, sem permitir que ela saiba da extensão dos meus verdadeiros sentimentos, é algo inimaginável”, escreveu na época.