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Morre Christa Wolf, a mais famosa escritora da Alemanha Oriental

A escritora Christa Wolf, considerada uma das maiores romancistas da então República Democrática Alemã, faleceu nesta quinta-feira num hospital de Berlim aos 82 anos, depois de uma longa enfermidade, anunciou a Editora Suhrkamp-Verlag. Nascida em 1929 na Prússia Oriental (hoje território polonês), ela contribuiu para o nascimento de uma literatura própria da extinta RDA, com […]

Por Uwe Meinhold
1 dez 2011, 15h32
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  • A escritora Christa Wolf, considerada uma das maiores romancistas da então República Democrática Alemã, faleceu nesta quinta-feira num hospital de Berlim aos 82 anos, depois de uma longa enfermidade, anunciou a Editora Suhrkamp-Verlag.

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    Nascida em 1929 na Prússia Oriental (hoje território polonês), ela contribuiu para o nascimento de uma literatura própria da extinta RDA, com seus primeiros livros e o conto Der geteilte Himmel (Céu dividido), de 1963, onde o sonho de uma nova sociedade se misturava ao de um desabrochar individual.

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    Na RDA (República Democrática Alemã), durante um tempo, teve carreira consolidada como personalidade aliada ao socialismo.

    Em 1965, no entanto, quando ela se posicionou contra a censura e a homogeneização da literatura, numa sessão do SED, o partido único da então Alemanha Oriental, sua carreira entrou em declínio no país, com seus livros tornando-se raros nas livrarias da RDA.

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    Com a frase “Quem sou eu, de fato, e o que me impede de ser eu mesma?” Christa Wolf inicia o livro Nachdenken über Christa T. (Em memória de Christa T.), que marcou seu sucesso.

    A fama no lado ocidental foi se consolidando. Com Kindheitsmuster (Modelo de uma infância), publicado em 1976, a escritora transformou-se em referência entre os clássicos da literatura alemã dos dois lados do Muro.

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    O presidente da República alemã, Christian Wulff, disse, nesta quinta-feira, que os livros de Christa Wolf “emocionaram e encheram de entusiasmo nosso país, levando-o à reflexão”. “Para leitores e leitoras, Christa Wolf era mais que uma romancista. Ela acreditava ainda, à sua maneira, sempre muito atual, no bem e na capacidade de o ser humano de melhorar”, acrescentou.

    “A Alemanha perdeu com Christa Wolf uma das autoras contemporâneas mais importantes”, reagiu o ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, qualificando seus livros de “obras-primas artísticas de alto nível”.

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    A escritora recebeu, em 1980, o prêmio Georg-Büchner, a maior distinção literária alemã, e por duas vezes o “prêmio nacional da RDA”.

    Em 1990, recebeu o título de ‘Officier des Arts et des Lettres’ oficial das Artes e das Letras, do então ministro francês da Cultura, Jack Lang.

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    Nos anos 90, as revelações da imprensa sobre seus contatos com a Stasi, a polícia secreta da RDA, na década de 1960, arranharam sua imagem, levando-a a um exílio temporário nos Estados Unidos.

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    Amiga de Günter Grass, teve duas filhas do casamento com o escritor Gerhard Wolf.

    A vida da família Jordan, em Modelo de uma Infância, passada durante o nazismo e a Segunda Guerra Mundial, foi a história da própria Christa Wolf, que, como sua heroína Nelly, nasceu em Landsberg/Warthe, em 1929.

    Como nenhuma outra escritora, abriu espaço, através da linguagem, para uma nova consciência. O movimento feminista dos anos 1970 e 1980 encontrou em seus escritos material para a busca da própria identidade.

    Nas obras da escritora, as mulheres estão sempre no centro das atenções: mulheres que se sentem estranhas, não ajustadas num mundo masculino. As personagens literárias de Christa T. são mulheres míticas como Cassandra ou Medeia.

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