Ícone da bossa nova, o cantor e compositor Carlos Lyra morreu neste sábado, 16, aos 90 anos. A morte foi confirmada por sua família nas redes sociais. “É com imensa tristeza que comunicamos a passagem do compositor Carlos Lyra, nessa madrugada, de forma inesperada. A todos, agradecemos o carinho”, diz o texto.
Autor de canções como Primavera, Coisa Mais Linda e Minha Namorada, Lyra nasceu em 11 de maio de 1933, no Rio de Janeiro, e foi um dos fundadores da bossa nova. Sua primeira composição foi Quando Chegares, mas a fama veio com a gravação de Menina, por Sylvia Telles, em 1955.
Carlos Lyra – Bossa Nova, lançado em 1959, foi o primeiro disco de dezenas que lançou ao longo de décadas de carreira. Foi parceiro musical de nomes como Ronaldo Bôscoli, Geraldo Vandré e Vinicius de Moraes. Foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Com o golpe militar de 1964, saiu do Brasil — o autoexílio durou sete anos, até 1971. Nesse período, gravou dois discos no México e chegou a se apresentar com Stan Getz nos Estados Unidos. Voltou ao Brasil por três anos, mas em 1974 novamente deixou o país. Foi morar em Los Angeles, retornando dois anos depois.
Suas canções foram gravadas por João Gilberto, Elis Regina, Astrud Gilberto, Nara Leão, entre tantos outros, e foi chamado por Tom Jobim como o “maior melodista da bossa nova”.
Lyra ainda compôs trilhas para peças de teatro como Eles Não Usam Black Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, Almas Mortas, de Nikolai Gogol, Órfãos de Jânio, de Millôr Fernandes, O Testamento do Cangaceiro, de Chico de Assis, e A Gata Borralheira, de Maria Clara Machado.