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Morre a cantora Gal Costa, voz histórica da MPB, aos 77 anos

Artista baiana integrou o movimento tropicalista e se impôs como uma das grandes intérpretes de música nacional

Por Redação
Atualizado em 9 nov 2022, 14h36 - Publicado em 9 nov 2022, 11h23

Morreu na manhã desta quarta-feira, 9, a cantora Gal Costa, aos 77 anos. A causa da morte ainda não foi revelada. A cantora baiana havia cancelado sua participação no festival Primavera Sound, em São Paulo, no fim de semana passado, para se recuperar de uma cirurgia para a retirada de um nódulo na fossa nasal direita. O procedimento ocorreu no final de setembro após a apresentação em outro festival, o Coala, também em São Paulo. Gal Costa deixa seu único filho, Gabriel, de 17 anos.

Nascida em Salvador, Bahia, batizada como Maria da Graça Costa Penna Burgos, Gal Costa marcou a história da música brasileira como uma grande intérprete. Ela despontou com o movimento tropicalista, ao lado de outros jovens artistas baianos da época, como Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil — com os quais formou o grupo Doces Bárbaros. A amizade com Caetano e companhia começou nos anos 60, em apresentações musicais emblemáticas em Salvador. Ela se mudou para o Rio de Janeiro, vivendo a ebulição cultural daquela década, ainda aliada aos colegas baianos. Participou do disco de estreia de Maria Bethânia e depois do de Caetano, até chegar ao histórico álbum Tropicália ou Panis et Circencis (1968). 

Influenciada por João Gilberto e os clássicos da MPB, Gal se estabeleceu como uma intérprete emotiva, capaz de remodelar intenções e sentimentos em composições assinadas por parceiros. Dona de um tom agudo e extremamente afinado, ela entrou para o panteão de principais vozes da música brasileira, ao lado de Elis Regina e Maria Bethânia. São clássicas suas interpretações de canções como Divino Maravilhoso, Baby, Vaca Profana, Vapor Barato e Um Dia de Domingo.

O primeiro álbum solo, Gal Costa, veio apenas em 1969, segurado pela gravadora por causa da perseguição da ditadura militar a cantores como Gil e Caetano. O disco é considerado o último da Tropicália. No mesmo ano, ela lançou seu segundo e histórico disco, o psicodélico Gal (1969), no qual gravou a faixa Meu Nome é Gal, um hino feminista, ironicamente composto por dois homens, Roberto e Erasmo Carlos. A importância de Gal para a música brasileira ia para além do seu talento. A artista foi também uma importante voz contra a ditadura militar. Seu álbum Índia (1973), por exemplo, foi censurado por “ferir a moral e os bons costumes” na época do regime: a imagem da capa focava apenas na calcinha do biquíni da cantora. Na época, Roberto Menescal, diretor da gravadora Polygram, foi intimado pela censura a explicar a imagem. O disco foi lançado mas saiu embrulhado em um plástico com capa azul.

Prolífica, Gal lançou diversos discos de estúdio e ao vivo, além de parcerias diversas. Seu trabalho mais recente foi Nenhuma Dor, de 2021, no qual gravou duetos com nomes como Rubel, Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Silva, Criolo e Jorge Drexler.

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