A Marvel está movendo uma ação disciplinar contra um ilustrador indonésio que inseriu mensagens de teor supostamente político e religioso em um gibi dos X-Men. Ardian Syaf, o desenhista, se desculpou e disse que a sua carreira terminou depois que os fãs se queixaram de imagens na primeira edição de X-Men: Gold. De acordo com leitores, as mensagens, codificadas, seriam antissemitas e anticristãs e estariam ligadas a questões políticas e religiosas do país. Syaf teria, por exemplo, feito referência à oposição islâmica a Basuki Tjahaja Purnama de Jacarta, o primeiro governador cristão da capital indonésia em meio século. Segundo o jornal britânico The Guardian, a Marvel vai remover as referências das futuras edições do álbum.
Tjahaja Purnama causou controvérsia na Indonésia depois de dizer que as pessoas não deveriam acreditar nos líderes islâmicos que usam a passagem 5:51 do Alcorão, na qual se diz que os muçulmanos não podem ser liderados por não-muçulmanos.
Em um cenário das ilustrações de Syaf, aparece o número 212, que na Indonésia é entendido como uma referência aos protestos muçulmanos contra Tjahaja Purnama, em dezembro passado. Em outro quadrinho, o personagem Colossus usa uma camisa com a frase “QS 5:51”. Syaf negou que as ilustrações promovessem a intolerância religiosa. Em um post no Facebook, ele escreveu: “É um número de justiça. É um número de amor”. E acrescentou: “Minha carreira acabou agora. É a conseqüência do que eu fiz, e eu pego. Por favor, sem mais zombaria, sem mais ódio. Espero que tudo fique em paz”.
Seu post apareceu após a Marvel publicar uma declaração no site ComicBook.com dizendo que as imagens haviam sido inseridas sem “conhecimento por trás de seus significados”. A editora acrescentou que tomaria uma medida disciplinar contra o artista pois “essas referências implícitas não refletem as opiniões do escritor, editores ou qualquer outra pessoa na Marvel e estão em oposição direta da política inclusão da Marvel Comics e o que os X-Men representaram desde a sua criação”.
VEJA Mercado - quinta, 2 de maio
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