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Manuscrito da Teoria da Relatividade de Einstein irá a leilão em novembro

Documento de 54 páginas foi escrito entre 1913 e 1914, mas erro nos cálculos impediu que a teoria se confirmasse naquele ano - o que ocorreria em 1915

Por Amanda Capuano Atualizado em 2 set 2021, 11h00 - Publicado em 2 set 2021, 10h54

A Christie’s anunciou nesta quinta-feira, 2, que um manuscrito de 54 páginas escrito pelo físico Albert Einstein e pelo engenheiro Michele Besso entre 1913 e 1914 será leiloado no dia 23 de novembro, em Paris. O documento está estimado entre 2 e 3 milhões de euros, e é o mais importante do cientista a ser oferecido em um leilão. “Este manuscrito documenta um estágio crucial no desenvolvimento da Teoria da Relatividade Geral, que remodelou a compreensão moderna de como o universo funciona”, descreve a casa leiloeira em comunicado à imprensa.

Autografado por Einstein, o manuscrito é um dos dois documentos que registram o início da Teoria da Relatividade Geral – o outro é o chamado Caderno de Zurique, e faz parte do acervo da Universidade Hebraica de Jerusalém. Segundo Adrien Legendre, diretor do departamento de livros e manuscritos da Christie’s, o manuscrito à venda “fornece uma visão notável do trabalho de Einstein e um mergulho fascinante na mente do maior cientista do século XX”. É também um registro do relacionamento de Einstein com Michele Besso, o engenheiro suíço que foi seu colaborador, confidente e amigo de longa data.

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Páginas do manuscrito de Einstein e Besso que vai à leilão em novembro (Christie's/Divulgação)

Em 1912, Einstein trabalhava na generalização de sua Teoria da Relatividade especial, publicada em 1905. Um primeiro rascunho, que favorecia uma metodologia baseada nos princípios da Física em vez da Matemática, foi publicado no mesmo ano, mas faltava colocar a teoria à prova. Para isso, Michele Besso juntou-se a ele em Zurique no início de 1913. O objetivo dos dois era explicar um problema que a comunidade científica enfrentava havia décadas: a anomalia na órbita de Mercúrio, cujo ponto mais próximo do sol muda ao longo do tempo por interferência de outros corpos no sistema solar. Para Einstein e Besso, se suas equações dessem o resultado da mudança observada, a teoria estaria comprovada.

Os cálculos, porém, foram, frustrados por uma série de erros e Einstein acabou deixando de lado essa abordagem por se preocupar com sua consistência teórica. Besso saiu de Zurique levando consigo o documento que agora será oferecido ao público no leilão. Mais tarde, em 1915, Einstein retomou o estudo, e conseguiu estabelecer equações válidas para a teoria, publicada em uma série de quatro artigos em novembro de 1915 – o terceiro mostrava que a teoria explicava o periélio anômalo de Mercúrio, como intuíra o manuscrito de Einstein-Besso dois anos antes.

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