Katy Perry liberou nesta terça-feira o clipe da canção Chained To The Rhythm, em que leva os seus fãs a um parque de diversões fictício extremamente colorido e feliz. Mas apesar de toda a fofura e sorrisos, o vídeo serve para alfinetar o presidente Donald Trump e a sociedade americana, que seria facilmente controlada, segundo diz a letra da canção.
O clipe apresenta Oblivia, um parque de diversões, cujo teaser liberado pela cantora no último fim de semana descrevia como um lugar para as pessoas fugirem da realidade, esquecerem dos problemas e viverem felizes em uma utopia. Tudo é muito claro e colorido, e é impossível não parar de sorrir.
Conforme a cantora se aventura nas atrações do local, fica explícita a crítica ao novo presidente e à sociedade americana. Há uma montanha-russa em que as pessoas ganham “likes”, como nas redes sociais (com direito a um placar), e uma casinha em que os jovens podem entrar para viver o sonho americano de uma família do subúrbio. Os visitantes também são facilmente influenciados a entrarem em uma fila gigantesca para a chamada “maior atração do universo”, que consiste em ficar correndo em uma roda — como um hamster — até cair de exaustão.
A crítica mais direta ao presidente americano é uma catapulta chamada de “Não há lugar como nosso lar”, em que os visitantes de Oblivia são lançados por cima de um muro branco escrito “tenha uma viagem segura para casa”. Durante o vídeo, Katy se mostra tão deslumbrada quanto os figurantes, mas não repete os mesmo movimentos coordenados destes, que estão presos na utopia daquele mundo perfeito.
A canção, que conta com participação de Skip Marley, neto de Bob Marley, tem um ritmo disco e uma letra crítica, sobre a vida em uma bolha com pessoas que vivem e dançam como zumbis. A música também diz que é necessário derrubar muros, e que os poderosos contam mentiras e verdades vazias.
A canção complementa a apresentação de Katy no Grammy 2017. Na ocasião, a cantora usou uma faixa no braço, em que se lia a palavra “Persist” (Persista, em inglês), e o cenário continha uma cerca branca que subia à sua frente, como o muro que o presidente quer construir na fronteira com o México. No fim, uma projeção mostrou trechos da Constituição dos Estados Unidos, com destaque para as palavras “We the people” (Nós, as pessoas), enquanto ela berrava “No hate” (“sem ódio”) ao se despedir, uma clara referência ao clima de animosidade que tomou conta dos americanos nas últimas eleições.