Enquanto Beyoncé levou ao palco do Grammy seu barrigão de gêmeos e a estética sacro-Globeleza já vista no ensaio de fotos que divulgou ao anunciar a nova gestação, e permaneceu envolta em uma atmosfera intimista que exalava uma maternidade serena, Katy Perry pôs o microfone na ferida de boa parte do eleitorado americano. Com uma faixa em que se lia “Resist” ou “Persist” (“Resista” ou “Persista”) e um cenário em que uma cerca branca vai subindo à sua frente, como o muro que Donald Trump quer construir na fronteira com o México, a cantora apresentou seu novo single, Chained to the Rythm, cuja letra faz uma crítica aos que se acomodam diante da realidade.
Katy Perry recebeu ao palco, para um dueto, Skip Marley, neto de Bob. Pouco depois da entrada de Skip, uma projeção mostrou trechos da Constituição dos Estados Unidos, com destaque para as palavras “We the people”. A cantora ainda disse “No hate” (“sem ódio”) ao se despedir, uma clara referência ao clima de animosidade que tomou conta dos americanos nas últimas eleições.