Dois jovens negros afirmam ter copiado e vazado o vídeo no qual o apresentador William Waack diz ofensas racistas.
O operador de TV Diego Rocha Pereira era funcionário da emissora até janeiro deste ano. Ele conta que, ao ver o que Waack disse em um monitor, nos bastidores da emissora, decidiu gravar a imagem com um celular. Pereira a compartilhou com o amigo Robson Ramos, que ajudou a compartilhar o vídeo em grupos de WhatsApp. Na terça-feira, as imagens caíram em um grupo de editores de TV. Às 14h28 da quarta, entrou no Twitter pela primeira vez e, de lá, se espalhou em grande velocidade. À noite, a Globo anunciou que o jornalista seria afastado da bancada do Jornal da Globo.
“Quando vi William Waack falando aquela frase, não acreditei”, diz Pereira. “Achei muita sacanagem o cara falar uma besteira dessas e sair impune”, revolta-se. “Agora, espero apenas uma retratação dele, por todo o povo brasileiro, pois somos uma nação miscigenada e todo mundo aqui tem alguma raiz negra”.
Na cena, Waack estava em frente à Casa Branca, em Washington, ao lado do convidado Paulo Sotero. Quando ouve buzinas, comenta: “Tá buzinando por que, seu m… do c…? Você é um… Não vou nem falar, eu sei quem é… É preto, é coisa de preto”.
Vazamento
Além de dividirem um apartamento, Robson e Diego organizam juntos uma festa de cultura afrobrasileira na Vila Madalena, em São Paulo. Ainda não sabem se terão que lidar com alguma questão jurídica por causa do vazamento. Mas não culpam a Globo pelo ocorrido. “Ao mesmo tempo que tem o Waack, lá trabalha a Maju, que tem seu espaço e faz seu trabalho muito bem.”