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Joan Didion, escritora e expoente do Novo Jornalismo, morre aos 87 anos

A autora, que faleceu em decorrência de Parkinson, foi um grande nome na ficção americana e produziu romances, ensaios e livros de não-ficção

Por Marcelo Canquerino Atualizado em 28 dez 2021, 14h39 - Publicado em 23 dez 2021, 14h47

Joan Didion, escritora americana e expoente do Novo Jornalismo, morreu nesta quinta-feira, 23, aos 87 anos. A causa da morte foi a doença de Parkinson, de acordo com e-mail enviado ao jornal The New York Times por Paul Bogaards, executivo da Knopf, editora da autora.

Nascida em Sacramento, na Califórnia, Estados Unidos, Didion publicou uma obra vasta e influente que inclui romances, ensaios e trabalhos de não-ficção. Nos anos 1960, foi uma representante inescapável do movimento conhecido como Novo Jornalismo, que renovou a área ao unir reportagem com escrita literária. Como autora de ficção, marcou época com livros como Play It as Lays (1970, incluso na lista de 100 melhores romances em língua inglesa de 1923 a 2005 da revista Time) e The Book of Commom Prayer (1977). Mas foi talvez como ensaísta que Didion brilhou mais, tratando com lucidez e pena afiada a vida americana no pós-guerra. Em 2005, já na maturidade, publicou o tocante The Year of Magical Thinking, no qual trata da morte do marido, o também escritor e jornalista John Gregory Dunne, e expõe o drama de saúde da filha. O livro lhe rendeu o prestigioso National Book Award.

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Com passagem por grandes veículos como a Vogue, Joan Didion também fez um mergulho profundo no jornalismo político, apresentando longos ensaios para a The New York Review of Books acerca da guerra civil em El Salvador e sobre a cultura cubana dentro de Miami. Mais tarde, os ensaios foram publicados em formato de livro: Salvador Miami, respectivamente. “Ela era destemida, original e uma observadora maravilhosa. Uma grande repórter”, disse Robert B. Silvers, editor da The New York Review of Books em entrevista ao The New York Times

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Além da carreira na literatura e no jornalismo, Didion também experimentou o glamour de Hollywood ao tornar-se roteirista. Em 1970, ao lado do marido, escreveu o roteiro de Os Viciados (1971), filme em que Al Pacino atuava como protagonista pela primeira vez. O próximo roteiro foi uma adaptação de seu próprio romance, Play It as It Lays, lançado em 1972, e acompanha a história de uma jovem atriz que dirige pelas rodovias da Califórnia com o intuito de esquecer seu casamento fracassado, a doença mental da filha e um aborto. Didion também escreveu o roteiro de grandes sucessos do cinema, como a versão de 1976 de Nasce Uma Estrela, protagonizada por Barbra Streisand.

 

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