Jennifer Lawrence e Jodie Foster foram as escolhas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para entregar o Oscar de melhor atriz. Elas substituem Casey Affleck, vencedor da estatueta de melhor ator do ano passado, que teve sua reputação manchada por acusações de assédio sexual. Para evitar polêmicas, Affleck anunciou em janeiro que não iria participar da maior festa da indústria do cinema.
A recusa de Affleck é um dos muitos efeitos do Mee Too e Time’s Up, movimentos criados para denunciar casos de assédios sexuais e reinvindicar direitos iguais para as mulheres. O ponto de partida dessa bandeira foi a enxurrada de acusações a Harvey Weinstein, presidente da companhia de cinema Miramax, que tinha por hábito assediar – e em alguns casos até estuprar – atrizes dos filmes que produzia. O escândalo veio à tona em outubro do ano passado e atingiu diversas celebridades do mundo do entretenimento. O delito de Affleck, que ganhou o Oscar de melhor ator por sua atuação em Manchester à Beira Mar, teria acontecido em 2010 durante as filmagens do documentário Eu Ainda Estou Aqui. Embora o caso tenha sido resolvido com um acordo dele com a produtora Amanda White e a fotógrafa Magdalena Gorka, seu prestigio junto à comunidade de Hollywood caiu consideravelmente.
Há um quê de político na indicação de Jodie e Jennifer para a entrega do Oscar de uma das categorias mais importantes da premiação: ambas são famosas pelo seu ativismo e por sua defesa das minorias. Jennifer, inclusive, revelou que irá se afastar temporariamente do cinema para se dedicar a uma organização que incentiva os jovens a se engajarem politicamente.