Mulher-Maravilha arrecadou 800 milhões de dólares no mundo inteiro – tornando-se o filme de maior sucesso comercial dirigido por uma mulher, Patty Jenkins –, mas não agradou ao menos a um espectador: James Cameron, de Titanic e Avatar. “Todo esse autoelogio que Hollywood está fazendo por causa de Mulher-Maravilha tem sido tão equivocado”, disse o canadense em entrevista ao jornal britânico The Guardian. “Ela é um ícone objetificado, os homens de Hollywood estão apenas fazendo a mesma coisa! Não estou dizendo que não gostei do filme, mas, para mim, é um retrocesso.”
Para tentar explicar melhor o que estava dizendo, e de um jeito um tanto egocêntrico, o diretor se voltou à própria filmografia, citando a heroína Sarah Connor (Linda Hamilton), de O Exterminador do Futuro (1984) e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991). “A Sarah Connor não era um ícone de beleza. Ela era forte, ela era problemática, ela era uma mãe terrível, e ela ganhou o respeito do público pela determinação. Para mim, (o benefício de personagens como Sarah) é tão óbvio. Quero dizer, metade do público é feminino!”, afirmou.
O diretor afirma não saber por que não há muitas personagens femininas fortes e profundas na indústria cinematográfica, mas disse que está cansado de dizer isso o tempo todo. “Há muitas mulheres com poder em Hollywood e elas podem guiar quais filmes serão feitos. Quantas vezes eu vou ter que falar isso de novo? Sinto que estou gritando em um túnel de vento!”