IMPERDÍVEL: ‘Toni Erdmann’ leva ao Oscar o drama que se diz humor
Produção alemã conquistou indicação na categoria de filme estrangeiro ancorada pela boa recepção em festivais
Toni Erdmann é uma figura desconfortável. O homem de peruca horrenda, dentes estranhos e terno velho transita fora de seu ambiente e possui um humor que a poucos agrada. Vale dizer também que Toni Erdmann, na verdade, não existe. O personagem-título do longa alemão de Maren Ade é um alter-ego de Winfried Conradi (interpretado por Peter Simonischek), o pai ausente que tenta se aproximar da filha Ines (Sandra Hüller). A moça de 30 e poucos anos, contudo, está em um momento feroz da carreira no mundo corporativo e sem tempo ou paciência para lidar com ele. O estranho Erdmann, então, surge como uma solução do sessentão para se infiltrar no mundo engomadinho da filha. Em determinado ponto, a moça abraça o personagem do pai e o aplica em seu cotidiano. Opostos em sua visão de mundo, os dois vão descobrir na trajetória que suas diferenças, na verdade, podem ser paridades. Eleita o melhor filme de 2016 pela prestigiada revista francesa Cahiers du Cinéma, a tragicomédia conquistou uma indicação na categoria de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro, no Bafta e no Oscar.