Um grupo de cientistas da Universidade de Birmingham listou seis tipos de jornada emocional no roteiro de 6.147 filmes, e elencou quais combinações fizeram mais sucesso na hora de contabilizar resultados de bilheteria.
A pesquisa, divulgada pelo jornal The Guardian, foi baseada em uma sequência de algoritmos, que analisou filmes bem avaliados por espectadores em sites especializados, além de produções que foram muito vistas, no cinema e na internet. Os estudiosos afirmam que a temática mais popular é a do “man in a hole” (o homem no buraco, ou no fundo do poço, em tradução livre). A categoria conta histórias de pessoas de vida estável, com bens materiais e relacionamentos, que passam por um grande dilema, uma queda e muitas perdas, para depois encontrarem uma solução que os levanta novamente no fim. Exemplo da fórmula é a trilogia O Poderoso Chefão.
As demais categorias listadas por eles são, em tradução livre: “saída do buraco”, arco emotivo de alguém que sai de uma situação muito difícil (como em Um Sonho de Liberdade); “a queda”, quando o personagem segue uma caminhada que termina triste, ou quando o protagonista perde no final (como em Psicose); “jornada do Ícaro”, uma ascensão que termina em queda (caso de Sindicato de Ladrões); “jornada Cinderela”, uma ascensão seguida de uma queda que termina em outra ascensão (Babe, o Porquinho Atrapalhado); e “jornada do Édipo”, em que uma queda resulta em uma ascensão para terminar em uma nova queda (Tudo sobre Minha Mãe).
Em seguida, os pesquisadores observaram como as fórmulas funcionavam em determinados gêneros. Em longas de drama, a jornada do “homem no buraco” é a mais rentável na relação de custo do filme e arrecadação. Já nas cinebiografias, o ritmo do “saída do buraco” é o que melhor funciona, enquanto o mesmo estilo não é bem aceito em gêneros de mistério e thrillers. Em comédias, o arco da queda, que termina com um final triste, é o menos popular. Já a “jornada do Ícaro” funciona bem com públicos que gostam de cinema independente, de baixo orçamento.
Segundo os cientistas, a ideia da pesquisa não é engessar a produção cinematográfica, criando fórmulas a ser seguidas. Eles esperam, contudo, que os produtores direcionem sua criatividade para imaginar boas tramas sem perder tempo em se preocupar com a estrutura da jornada que melhor funciona para seu gênero.