O mistério por trás do assassinato do estilista Gianni Versace, criador da grife que leva seu nome, chega à FX nesta quinta-feira, 18, às 23h. O caso, destrinchado por Maureen Orth no livro Vulgar Favors, é tema da segunda temporada de American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace, que, em 2016, reconstruiu o julgamento de O.J. Simpson, acusado de assassinar sua ex-esposa, Nicole Brown, e Ronald Goldman.
Na contramão de O Povo vs. O.J. Simpson, a nova temporada de American Crime Story não gira em torno de quem assassinou, mas por quê.
No dia 15 de julho de 1997, Versace foi assassinado em frente à sua mansão pelo serial killer Andrew Cunanan, com dois tiros. O corpo do estilista foi encontrado por seu companheiro, Antonio D’Amico, e o amigo Lazaro Quintana, que avistou Cunanan e o descreveu para a polícia. A perseguição ao assassino durou oito intensos dias. Ele só foi encontrado logo após cometer suicídio.
A motivação de Cunanan é tema de especulações desde então. O que se sabe é que o estilista foi a quinta vítima do serial killer, que também era garoto de programa. Os outros quatro assassinados se envolveram sexualmente com o rapaz. Contudo, nunca se comprovou que Versace tenha tido algum relacionamento com ele. A teoria que Maureen Orth apresenta é que o crime tenha sido um ato de “revolta” de Cunanan, gay, marginalizado e portador do vírus HIV, contra alguém também homossexual, mas poderoso e bem-sucedido.
A série também deixa para trás a narrativa linear da primeira temporada. Partindo do assassinato de Versace, a trama intercala os acontecimentos anteriores e posteriores à morte do estilista — dando ao público muitos vislumbres da luxuosa vida do “clã” Versace antes da tragédia. A mansão em que vivia a família, em South Beach, Miami, serviu de cenário para as gravações.
Livro – Menos de três anos depois do crime, a jornalista Maureen Orth lançou o livro Vulgar Favors, que mergulha na intimidade de Cunanan e tenta reconstruir os dias que precederam e sucederam o crime, até sua morte. Na época, a jornalista cobriu o caso para a Vanity Fair – a revista preferida de Cunanan – e chegou a ser contatada por ele, mas não atendeu à ligação.
Mesmo antes da série chegar a televisão, a família Versace expôs seu descontentamento. Em comunicado, eles pediram que os espectadores considerassem a série como um trabalho de ficção, sem nenhuma relação com a realidade. Em coletiva de imprensa dada à América Latina, Orth rebateu as acusações, afirmando que entrevistou mais de 400 pessoas para compor o relato.
A história, contudo, apresenta algumas lacunas incontornáveis — os dois principais personagens, Andrew e Gianni, estão mortos. É aí que desabrocha a criatividade do produtor Ryan Murphy, que transformou a morte do estilista em um grande melodrama italiano. A VEJA, Maureen se isentou de qualquer “liberdade criativa” tomada na série: “Eu sou responsável pelo livro, e não pela série. Ela é baseada no meu trabalho, mas não foi escrita por mim”.
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace terá nove episódios, e será exibido todas às quintas-feiras, às 23h, no canal FX.