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Encenação vetada na Casa França-Brasil pode ser realizada na rua

Grupo proibido de reproduzir o discurso do presidente Jair Bolsonaro quer realizar performance em frente ao espaço cultural nesta segunda-feira

Por Redação
Atualizado em 14 jan 2019, 16h58 - Publicado em 14 jan 2019, 16h51
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  • O coletivo És Uma Maluca convocou o público e artistas do Rio de Janeiro para um ato a ser realizado nesta segunda-feira, 14, em frente à Casa França-Brasil (CFB) em protesto à proibição da performance que fecharia no domingo 13 a mostra Literatura Exposta, em cartaz desde o ano passado na instituição cultural. O grupo afirma em suas redes sociais que a performance vetada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa será realizada nesta segunda na rua, para os espectadores que comparecerem ao protesto, contra o que os artistas consideram um ato de censura do governo do Estado do Rio de Janeiro. Os posts pedem para que os apoiadores estejam no local a partir das 18 horas.

    A participação do grupo na exibição tem causado reações do tipo desde o ano passado. A obra, um bueiro ocupado por 6.000 baratas de plástico com a gravação em áudio da homenagem feita em 2014 pelo atual presidente Jair Bolsonaro a Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel conhecido pela coordenação da tortura a presos políticos pela ditadura militar, teve de ser alterada. Em ironia ao pedido da Secretaria do Estado da Cultura do Rio de Janeiro de tirar a fala de Bolsonaro, o coletivo substituiu o som da obra pela leitura de receitas de bolo, um recurso usado pelos jornais censurados durante os anos de chumbo.

    A performance que o grupo promete realizar na rua foi inteiramente vetada. De acordo com a Secretaria, a razão do veto à encenação se deve a problemas contratuais. Em nota à imprensa, o órgão informou que a apresentação pretendida pelo És Uma Maluca não foi corretamente descrita no contrato. O grupo diz que considera a decisão arbitrária. “A situação é grave pois indica mais um atentado à produção simbólica e cultural dentro do contexto que entramos há apenas duas semanas.”

    Governador do Rio fecha exposição que faz alusão à tortura na ditadura militar
    Instalação da companhia És Uma Maluca, parte da mostra “A Voz do Ralo É a Voz de Deus”, exposta na Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, compõe um bueiro com 6 mil baratas ao seu redor (Facebook/Reprodução)
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