Com o Oscar ainda fresquinho na mão por La La Land, Emma Stone pode ter uma nova chance ano que vem graças ao filme A Guerra dos Sexos, de Jonathan Dayton e Valerie Faris, exibido no Festival de Toronto. Desta vez, no lugar da dança e do canto, ela joga tênis.
Stone interpreta a tenista Billie Jean King, que ganhou um total de 59 títulos de Grand Slam. Na década de 1970, ela lutou para que as mulheres tivessem premiações semelhantes às dos homens, combatendo noções preestabelecidas e errôneas de que os atletas do sexo masculino atraíam mais público que as do sexo feminino. Em 1973, foi desafiada pelo ex-campeão Bobby Riggs (no filme, interpretado por Steve Carell) a um jogo-exibição para prova que os homens eram mesmo melhores. Enquanto para ele era apenas uma chance de aparecer e fazer um dinheiro, Billie Jean ficou com a responsabilidade de vencer a qualquer custo, sob pena de ver reforçado o estereótipo de inferioridade das esportistas mulheres.
Os diretores Jonathan Dayton e Valerie Faris, de Pequena Miss Sunshine, contam a história com fluidez, mas sem grande inspiração, mostrando também as atribulações na vida pessoal de ambos. Billie Jean, na época casada com o advogado Larry King (Austin Stowell), começa um relacionamento com a cabeleireira Marilyn Barnett (Andrea Riseborough), temendo o escândalo certo que podia resultar em perda de patrocinadores, o fim do seu casamento e a rejeição de seus pais. Bobby, por sua vez, estava viciado em jogo, o que quase deu em seu divórcio de sua mulher Priscilla (Elisabeth Shue).
A luta de Billie Jean e outras tenistas deu resultado, e hoje as atletas ganham o mesmo que os homens. Mas, quarenta anos mais tarde, essa ainda é uma questão – a própria indústria cinematográfica é acusada de pagar menos às mulheres, como ficou claro no escândalo envolvendo Jennifer Lawrence e o filme Trapaça. Ou seja, o filme é relevante. Mas, como cinema, podia ser melhor.