Em cartaz no cinema, Gabriel Sater trilha caminho longe da sombra do pai
Protagonista de 'Coração de Cowboy', o músico e ator fala sobre o pai, Almir Sater, e suas preocupações com o futuro das artes no Brasil
Aos 36 anos, Gabriel Sater dá mais um passo na carreira de ator — e de músico, ao mesmo tempo. Em cartaz com o filme Coração de Cowboy, o filho do aclamado Almir Sater estreia nos cinemas como Lucca, um cantor de sertanejo universitário frustrado com a efemeridade do meio. Pelo personagem, Gabriel ganhou o prêmio de melhor ator no festival americano Scruffy City Film and Music, de Knoxville, no Tennessee. “O Gui (Pereira, diretor do longa) falou para mim: ‘Esse prêmio ninguém pode falar que você ganhou porque é filho do Almir’. A vida inteira eu ouvi isso, mas a verdade é que eu sou independente do meu pai. Claro, ele me deu uma casa, condições de estudar, e é uma grande inspiração para mim, não me entenda mal. Mas meu trabalho é separado do dele”, disse em entrevista a VEJA.
Como ator, ele também participou da novela Meu Pedacinho de Chão, em 2013. Já como músico, Gabriel lançou três discos, e seu quarto trabalho estará disponível ainda neste ano.
Sobre a desvalorização da arte no Brasil e os rumos que a cultura pode tomar a partir das próximas eleições, Gabriel é enfático. “O Brasil tem matéria-prima para produzir conteúdos de extrema qualidade, e artistas muito competentes. Se a próxima gestão não apoiar a classe artística e não souber aproveitar esse material, vai se tornar impossível trabalhar com artes no país”, afirma o ator.
Coração de Cowboy é inspirado no repertório musical de Chitãozinho e Xororó. O estreante Gui Pereira — afilhado de Chitãozinho — dirige o longa, que conta também com a produção musical de Lucas Lima. Thayla Ayala, Jackson Antunes, Françoise Forton e Thaís Pacholek completam o elenco.