O Brasil perdeu nesta quinta-feira a cantora Elza Soares, aos 91 anos. Dona de uma voz marcante e enérgica, Elza usou as agruras de uma vida marcada por dificuldades como fonte de inspiração para suas letras. Ao longo da carreira, defendeu bandeiras como a luta contra o racismo e em prol da independência feminina, dando voz a mulheres que, assim como ela, tiveram de enfrentar o machismo e o racismo na conquista por um espaço. Confira a seguir a seleção de VEJA com cinco sucessos da cantora:
Se Acaso Você Chegasse
Composição de Lupicínio Rodrigues, o samba Se Acaso Você Chegasse ficou conhecido nas rádios pela voz de Elza Soares, na década de 1960. A gravação marca também o lançamento de seu primeiro disco, de mesmo título, pela Odeon.
A Carne
Lançada originalmente pelo grupo Farofa Carioca, em 1998, a música tem Seu Jorge como um de seus compositores e ficou famosa na voz de Elza em 2002, quando pediu para gravar a canção como uma forma de chamar a atenção do público para o racismo, uma bandeira levantada por ela ao longo da carreira.
Espumas ao Vento
Gravada por Elza em 2003 para a trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro, a música foge do teor político geralmente adotado pela cantora em suas canções. Sua voz emotiva, aqui, abraça as agruras de um relacionamento em crise.
Mulher do Fim do Mundo
Para além da identificação que muitas mulheres podem ter ao escutar essa canção, a letra é, sobretudo, sobre a própria trajetória de Elza. A música, parte do álbum A Mulher do Fim do Mundo, lançado em 2015, relembra a história da cantora e é uma ode sobre sua vida e sua potência — ardente até os dias de hoje.
Maria da Vila Matilde
Elza Soares não teme colocar o dedo na ferida quando o assunto são problemas sociais. Com o verso clássico “cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”, a canção Maria da Vila Matilde, primeiro single do álbum A Mulher do Fim do Mundo, de 2015, prega a liberdade feminina e o direito da mulher de viver livre de qualquer violência.