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‘É impossível entender a Família Manson’, diz Quentin Tarantino

Seu filme 'Era uma Vez em Hollywood' mostra a história paralela de Sharon Tate, morta pelo culto, e dos amigos vividos por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt

Por Mariane Morisawa, de Cannes
Atualizado em 22 Maio 2019, 11h12 - Publicado em 22 Maio 2019, 09h51

A coletiva de imprensa de Era uma Vez em Hollywood na manhã desta quarta-feira, 22, no Festival de Cannes, teve declarações de amor e também respostas secas do diretor Quentin Tarantino, principalmente quando giravam em torno de Roman Polanski e da representação feminina. O filme se passa na Hollywood de 1969, quando o ator Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) está infeliz com os rumos de sua carreira. Seu melhor amigo é o dublê Cliff Booth (Brad Pitt), veterano de guerra suspeito de ter assassinado sua mulher. Dalton sonha entrar no círculo de amizades dos vizinhos, o diretor Roman Polanski e a atriz Sharon Tate, o casal do momento. Enquanto isso, a Família Manson, culto liderado por Charles Manson, começa a aterrorizar a cidade – e em 9 de agosto daquele ano, assassinaria Tate, grávida de oito meses, e outras pessoas.

O diretor Quentin Tarantino disse que pesquisou muito a Família Manson. Para ele, o fascínio provocado por Charles Manson, que já rendeu filmes, programas de televisão e livros, está na impossibilidade de determinar como ele conseguiu atrair tantos jovens, majoritariamente garotas, para o culto. “Quanto mais eu pesquisava, mais difícil ficava de entender. É impossível de compreender verdadeiramente”, disse Tarantino.

Mas ele foi curto e grosso quando nas perguntas sobre Polanski. “O filme não diz que ele é o maior cineasta naquele momento, mas que ele é o mais quente”, disse. “Sou fã de seu trabalho.” Quando a questão foi se ele tinha conversado com o cineasta polonês, que não pode ir aos Estados Unidos por causa de uma condenação de estupro de menor, ele disse apenas que não.

Adiante, evitou responder sobre cenas de violência contra mulheres, citando a necessidade de evitar spoilers. Mas Brad Pitt falou. “Há uma ira contra indivíduos, mas o filme mostra a perda de inocência. Era a época hippie, do amor livre, da esperança, e esse episódio trouxe todos de volta à realidade.”

Tarantino também se recusou a responder uma pergunta sobre as poucas falas de Sharon Tate no filme. “Eu rejeito essa premissa”, afirmou. A atriz Margot Robbie foi diplomática, dizendo que estava ali para servir à história. “Com as poucas falas que tive, tentei honrar sua memória e representá-la como as pessoas a descrevem, um raio de luz. Acho que o tempo foi suficiente, e foi um desafio interessante o exercício de passar isso com poucos diálogos.”

Para Leonardo DiCaprio, o filme é “uma carta de amor à indústria da qual temos a sorte de fazer parte”. O ator disse que, como seu personagem, já fez um balanço de sua vida e sua carreira. “O que sinto é uma imensa gratidão”, afirmou. Tarantino contou estar no meio desse processo no momento. “Posso dizer que meu balanço seria diferente de três anos atrás, ou cinco anos atrás, porque me casei faz seis meses (com a cantora e modelo israelense Daniella Pick). Eu nunca tinha feito isso antes, e agora sei por que: estava esperando a garota perfeita. Então para ser honesto estou fazendo um balanço agora.”

Os atores Brad Pitt, Margot Robbie e Leonardo DiCaprio posam ao lado do cineasta Quentin Tarantino durante divulgação do filme ‘Era uma Vez em Hollywood’ na 72ª edição do Festival de Cannes, na França – 22/05/2019 (Christophe Simon/AFP)
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