Segue sem definição a disputa entre o empresário e apresentador Silvio Santos e o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa. Nesta segunda-feira, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) tomaria uma decisão. Mas a pressão feita pela classe artística contra a aprovação, a princípio, surtiu efeito. O relator Ronaldo Parente optou por manter o processo sob custódia e esperar pela posição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura.
Semana passada, o Conpresp já havia adiado a votação do recurso da Sisan, braço imobiliário do Grupo Silvio Santos, que pede aval para erguer torres residenciais de mais de cem metros de altura nos terrenos em volta do Oficina. Defensores do teatro tombado organizaram vários atos para chamar a atenção para o processo, que, se aprovado, interferiria no projeto original de Lina Bo Bardi. Zé Celso também procurou o Ministério Público Federal para assegurar uma medida cautelar caso haja movimentação de obra no terreno vizinho.
Este último adiamento é visto como uma pequena vitória pelos defensores do Oficina. Na prática, o projeto já seria analisado pelo Iphan. De nada adiantaria a aprovação dele pelo Conpresp se fosse negado em seguida pelo órgão federal. Ainda não há data definida para o parecer do Iphan sair.