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Justiça adia decisão municipal sobre Oficina e Silvio Santos

Reunião do Conpresp chegou a discutir o imbróglio, mas decisão ficou para a próxima segunda-feira

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 nov 2017, 08h56 - Publicado em 27 nov 2017, 15h59

A decisão do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) sobre o conflito de interesses entre Silvio Santos e o Teatro Oficina, que seria tomada na tarde desta segunda-feira, foi adiada para a semana que vem.

A reunião desta segunda-feira chegou a abordar o tema, mas a votação da questão pelos conselheiros foi adiada para a próxima segunda, a pedido da juíza Simone Viegas de Moraes Leme, que atendeu a solicitação do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), ao qual cabe uma cadeira no conselho, atualmente vaga.

“Considerando que nos termos do artigo 1º do Decreto 50989/2009 o Conpresp, dentre outros, deve ser integrado por um membro do IAB/SP ( item VII); considerando que houve renúncia do membro anteriormente nomeado e indicação do membro pelo IAB/SP no dia 08/11/2017 e, ao que consta sem qualquer manifestação da Prefeitura, não há se falar em deliberações pautadas na reunião designada para esta data, às 14 horas, pena de eventual nulidade”, diz a decisão da Justiça.

Em parte também por pressão do vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), que tem atuado como porta-voz do Oficina junto ao poder público e sugeriu um tempo maior para os conselheiros avaliarem a causa.

Silvio Santos pretende erguer torres residenciais em torno do edifício que serve de sede ao grupo de teatro do ator e diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, que luta para levar adiante o projeto da arquiteta Lina Bo Bardi de construir um parque cultural público nas terras. A companhia teatral também defende que cobrir a vista que tem através do janelão aberto por Lina em uma das paredes do edifício prejudica a sua contracenação com a cidade.

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O dono do SBT quer fazer um empreendimento imobiliário no local desde os anos 1980. Na década de 1980, um movimento de artistas e políticos barrou a investida de Silvio Santos. Foi nessa época que o prédio reformado por Lina Bo Bardi foi tombado e o terreno em que se encontra, desapropriado pelo Estado de São Paulo.

O projeto da arquiteta ítalo-brasileira, a mesma que projetou o Masp e o Sesc Pompeia, previa um parque público em volta do teatro, mas Lina morreu antes de concluí-lo, em 1992, um ano antes de o teatro reformado por ela ser reinaugurado com a montagem de Ham-Let, releitura de Hamlet.

Em outubro, Silvio Santos reverteu a decisão do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) que em 2016 manteve a proibição à construção em volta do Oficina. Agora, busca aval nos níveis municipal e federal para poder construir no local.

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Domingo no parque

Neste domingo, com a participação da atriz Denise Fraga, a trupe do Oficina fez uma manifestação no Bexiga, que culminou com um abraçaço no teatro. Centenas de pessoas participaram do protesto, muitas com uma camiseta branca em que se lia “Silvio Santos, dê um presente para São Paulo”.

A frase faz referência a um pedido feito por Zé Celso na reunião com o apresentador mediada pelo prefeito de São Paulo, João Doria. O diretor chamou a atenção para a idade de ambos — Zé Celso tem 80 anos e Silvio Santos, 86 — e lembrou que São Paulo tem muitos bens públicos criados pela iniciativa privada, como o Masp, para então sugerir que o empresário deixasse um legado positivo para a capital. Silvio Santos se limitou a uma brincadeira, dizendo que não pretende morrer.

Teatro Oficina - 26/11/2017
Manifestantes e artistas realizam ”abraçaço” do quarteirão do Teatro Oficina – 26/11/2017 (Flavio Florido/Folhapress)

 

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