A polícia italiana encontrou em um flat, na cidade de Nápoles, uma cópia de mais de 500 anos da obra Salvator Mundi, de Leonardo da Vinci. Creditada a Giacomo Alibrandi, um dos pupilos de Da Vinci, a reprodução é parte do acervo do Doma Museum, que pertence à Igreja napolitana San Domenico Maggiore — fechada há meses por causa da pandemia, a instituição não havia notado o sumiço da obra até ela ser apreendida no apartamento.
Segundo o The Guardian, a polícia local anunciou na noite de ontem que apreendeu o dono do imóvel, um homem de 36 anos, pelo recebimento de mercadorias roubadas depois de encontrar o quadro no armário de um dos quartos. “A pintura foi encontrada no sábado, 16, graças a uma operação da polícia local. Não havia queixa do museu, na verdade nós contatamos a instituição posteriormente e eles não estavam cientes do desaparecimento já que o salão onde a obra é mantida estava fechado há três meses”, explicou Giovanni Melillo, promotor da cidade.
Agora, a polícia tenta descobrir como exatamente o roubo foi efetuado, já que não há sinais de arrombamento nas dependências onde o quadro era mantido. Segundo Melillo, é provável que o crime tenha sido encomendado por alguma organização envolvida com o comércio internacional de obras de arte.
O quadro é uma reprodução da famosa obra de Leonardo da Vinci em que Jesus Cristo é representado com uma mão erguida em sinal de benção enquanto a outra segura uma bola de cristal. Ao longo da vida de Da Vinci, muitas cópias de suas obras foram feitas por seus alunos, em seu ateliê, como forma de aprendizagem.
Segundo o site do museu, há várias hipóteses para a autoria da reprodução recuperada nesta semana, sendo “a mais convincente delas” a de que o quadro foi pintado pelo pupilo Girolamo Alibrandi em Roma, e depois levada até Nápoles por Giovanni Antonio Muscettola, conselheiro do imperador romano Charles V. Em 2019, a obra retornou à capital italiana para uma exposição, mas voltou ao museu em janeiro de 2020, onde esteve até o roubo.
O Salvator Mundi original, pintado por Leonardo da Vinci, fez história em 2017 ao ser arrebatada por 450,3 milhões de dólares em um leilão em Nova York, o maior valor já pago por uma obra de arte em toda a história. O comprador milionário foi o príncipe da Arábia Saudita Mohammed Bin Salman. Depois da aquisição, o quadro nunca mais foi visto.