Carnaval de SP terá crítica política e reedição de enredo no 2º dia
Gaviões entra na madrugada de domingo com samba-enredo da folia de 1994, cantado até hoje pela torcida corintiana
O Grupo Especial das Escolas de Samba de São Paulo leva na segunda noite dos desfiles no Sambódromo do Anhembi, neste sábado, 2, uma miscelânea de protestos políticos e raciais e homenagens a tradições diferentes. Confira como será a segunda noite do Carnaval paulistano:
A Águia de Ouro abre os trabalhos. A escola do bairro da Pompeia, que tem desfile marcado para às 22h30, escolheu um enredo de crítica política, Brasil, Eu Quero Falar de Você: Que País É Este. A proposta é resumir os mais de 500 anos de cegueira política do Brasil, do descobrimento até o atual governo. Uma das alegorias do desfile trata Brasília como um local de vampiros.
Às 23h45 é a vez da Dragões da Real, que vai levar ao sambódromo da capital paulista um tema abstrato, o tempo e a sua relatividade. Invenção do Tempo – uma Odisseia em 65 minutos é o título do enredo da escola de samba do São Paulo Futebol Clube, que completa 18 anos em 2019. Os 65 minutos do título é uma referência ao tempo estipulado para o desfile de cada escola.
A Mocidade Alegre colore o Anhembi com um enredo que celebra a selva e seus deuses com o tema Ayakamaé – As Águas Sagradas do Sol e da Lua, lenda indígena que conta a origem do Rio Amazonas. A escola é a terceira a entrar na passarela, à 0h40.
À 1h45, a Vai-Vai também volta às raízes do Brasil com o samba-enredo Vai-Vai, O Quilombo do Futuro, um hino que resume a luta secular do negro no Brasil. A escola já anunciou que homenageará Marielle Franco: familiares da vereadora do Rio de Janeiro, morta há um ano, desfilarão pela escola.
Às 2h50, a Rosas de Ouro mostra para o público sua homenagem aos imigrantes armênios em São Paulo. Viva Hayastan! dá nome ao samba-enredo da escola da Brasilândia, que lembra o genocídio sofrido pelos armênios no início do século passado.
A Unidos da Vila Maria entra em seguida, às 3h55, em homenagem à cultura e às belezas naturais do Peru com o tema Nas Asas do Grande Pássaro, o Vôo da Vila ao Império do Sol.
Já na madrugada, a Gaviões da Fiel fecha a segunda noite das escolas especiais com a reedição de um enredo do Carnaval de 1994, A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente, sobre o tabaco. A escola da torcida corintiana tem previsão de entrar na Sapucaí às 5 horas de domingo com o refrão “É um raro prazer/ Sabor de emoção/ Mas não abuse que faz mal pro coração”, repetido até hoje nas arquibancadas pela torcida do Corinthians.