Astros do filme ‘Rio’, enfim, conhecem a cidade

Depois de emprestarem suas vozes à animação de Carlos Saldanha, equipe que tem Jesse Eisenberg e Anne Hathaway visita o Rio de Janeiro

Por Rafael Lemos
22 mar 2011, 15h55

A equipe de "Rio" posa para fotos depois de entrevista coletiva do lançamento mundial do filme — A equipe de (Felipe Panfili/AgNews/VEJA)

“É fantástico, depois de ficar em uma sala escura em frente ao microfone, ver o filme pronto e ter a oportunidade de realmente conhecer o Rio, que eu nunca tinha visitado. Tem sido uma viagem maravilhosa”, diz Anne Hathaway

A estrela da animação Rio é uma arara-azul imaginada pelo diretor brasileiro Carlos Saldanha e que ganhou vida graças aos computadores dos estúdios Blue Sky. Mas, cotado para brigar por recordes de bilheteria com os gigantes da indústria cinematográfica, o novo filme do carioca que ganhou o mundo com a trilogia A Era do Gelo tem a seu serviço uma boa dose do talento de Hollywood.

O elenco de dubladores tem nomes prestigiados pela Academia, como Anne Hathaway, apresentadora do Oscar em 2011, Jesse Eisenberg, indicado como melhor ator por A rede social, e Jamie Foxx, vencedor em 2005 por Ray. Todos estão no Rio de Janeiro para a pré-estreia mundial do filme, que acontece na noite nesta terça-feira.

Como parte da divulgação do longa, esse time de estrelas se reuniu para uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, no Cinépolis Lagoon, na Lagoa, Zona Sul do Rio. Além deles, estiveram presentes os brasileiros Rodrigo Santoro e Bebel Gilberto – que emprestaram suas vozes para o filme nos dois idiomas – e os responsáveis pela trilha sonora, os músicos Will.I.Am, do Black Eyed Peas, Sérgio Mendes, Taio Cruz e Carlinhos Brown.

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Para Anne Hathaway, a visita ao Brasil tem sido uma espécie de antídoto para a frustração de ter que fazer um filme sobre o Rio confinada numa sala de locução. “Desde a reunião inicial passaram-se três anos. É fantástico, depois de ficar em uma sala escura em frente ao microfone, ver o filme pronto e ter a oportunidade de realmente conhecer o Rio, que eu nunca tinha visitado. Tem sido uma viagem maravilhosa”, afirmou a atriz.

Com base no princípio “primeiro as damas”, a norte-americana foi a primeira a falar na coletiva. Minutos mais tarde, fez questão de se desculpar com a cantora Bebel Gilberto, que estava sentada do outro lado da mesa. “Desculpa. Não tinha te visto e achei que eu fosse a única mulher aqui. Logo você que foi um dos meus primeiros motivos que me levaram a me apaixonar pelo Brasil”, redimiu-se.

Desafinando de propósito – A filha de João Gilberto, que tem uma carreira consolidada nos EUA, conta que a parte mais difícil da dublagem foi justamente na hora em que sua personagem tem que cantar. “Tive que cantar Garota de Ipanema desafinada. Foi muito difícil”, brincou. “Eu disse para ela: Não é assim. Tem que ser fora do tom, desafinada mesmo”, lembrou o diretor.

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Carlos Saldanha aproveitou ainda para revelar os bastidores do processo de criação do filme. Com uma equipe formada basicamente por norte-americanos, foi impossível fazê-los captar as singularidades da beleza natural do Rio apenas por fotos da internet. Depois de tentativas frustradas, Saldanha decidiu trazer parte de seus colaboradores para conhecer a cidade justamente durante o carnaval.

O diretor também disse que, além do talento, o critério utilizado para escalar o elenco foi escolher pessoas simpáticas ao projeto. “Eu queria pessoas que fossem se entregar. Essa era a minha preocupação”, disse Saldanha.

Para Jesse Eisenberg, que dublou a arara-azul Blu, a ligação emocional do diretor com o projeto foram preponderantes para aceitar o papel. “Meus filmes favoritos são aqueles que são uma experiência pessoal do diretor. O Facebook parecia a todos nós um filme bem pessoal do David Fincher. E Rio também era um projeto muito pessoal. Era tão importante para ele (Saldanha) que passou a ser importante para nós também”, disse.