O Globo de Ouro é sempre uma caixinha de surpresas. Premiação concedida pela Associação de Correspondentes em Hollywood (HFPA, da sigla em inglês), o evento muitas vezes preza por escolhas pouco óbvias – e algumas vezes injustas. Confira um balanço da edição de 2019, que aconteceu neste domingo:
A consagração de Roma e Green Book – O Guia
Um dos grandes longas do ano passado, Roma, de Alfonso Cuarón, ganhou os prêmios de melhor filme estrangeiro e melhor diretor. A produção da Netflix acompanha uma família de classe média da Cidade do México nos anos 1970, com destaque para a jovem empregada doméstica Cleo (Yalitza Aparicio), homenagem que o diretor faz à mulher que o criou. Agora, Roma mira o Oscar, em que poderá concorrer a melhor filme estrangeiro e também a melhor filme – com chances de ganhar os dois.
O maior premiado da noite foi o longa Green Book – O Guia, com três estatuetas – melhor filme cômico ou musical, melhor ator coadjuvante (Mahershala Ali) e melhor roteiro. A produção se passa na década de 1960 e retrata um homem branco, descendente de italianos, que se torna motorista de um pianista clássico negro, quando os Estados Unidos ainda viviam sob a sombra da segregação racial.
Pantera Negra e Nasce uma Estrela são esnobados
Segundo longa mais visto no mundo em 2018, Pantera Negra poderia terminar o Globo de Ouro como a primeira produção de super-heróis a ganhar a estatueta de melhor filme dramático. Mas não foi desta vez. O longa de Ryan Coogler acabou derrotado por outro sucesso de bilheteria: Bohemian Rhapsody, a cinebiografia do Queen, que também venceu o troféu de melhor ator com Rami Malek.
Já Nasce uma Estrela, produção estrelada por Bradley Cooper e Lady Gaga, concorria em cinco categorias, mas acabou ganhando apenas o troféu de melhor canção original, com Shallow.
Surpresas na TV
Nas categorias de televisão, houve algumas surpresas. The Americans levou seu primeiro Globo de Ouro, derrubando favoritos como Homecoming, o seriado da Amazon estrelado por Julia Roberts, e Killing Eve. Julia Roberts, aliás, era a favorita na categoria de melhor atriz em série dramática. Considerando o longo histórico da HFPA de reconhecer atores de cinema que se aventuram na TV, a aposta na queridinha da América era quase certeira. Por isso foi uma surpresa a vitória de Sandra Oh, de Killing Eve, apenas a segunda atriz de ascendência asiática a levar a estatueta na história da premiação.
A vitória de Richard Madden, mais conhecido por Game of Thrones, como melhor ator em série dramática por Segurança em Jogo, também surpreendeu. As apostas estavam em Stephan James, de Homecoming, e Matthew Rhys, de The Americans.
Atlanta injustiçada
Vencedora do prêmio de melhor série cômica ou musical, O Método Kominsky é ótima. Mas outra produção deveria estar ali: Atlanta, que sequer foi indicada este ano. A única lembrança da série pela HFPA foi a indicação de Donald Glover a melhor ator, mas ele também não levou – o troféu foi dado, aliás, a Michael Douglas, justamente de O Método Kominsky. Duas injustiças.