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As novas (velhas) referências de ‘Stranger Things 2’

Trama inspirada em produções dos anos 1980 se aprofunda em elementos da década e abraça outros

Por Da redação
Atualizado em 31 out 2017, 15h59 - Publicado em 31 out 2017, 15h20

*O texto abaixo contém spoilers dos oito primeiros episódios da segunda temporada de Stranger Things.

Um ano se passou entre a primeira e a segunda temporadas de Stranger Things. Na série da Netflix, no entanto, o avanço de um ano em nada mudou a vida na fictícia cidade de Hawkings, no interior dos Estados Unidos, que segue exibindo elementos típicos de 1984, desde o sucesso das lojas de fliperama até o momento político que o país vivia. Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo), Lucas (Caleb McLaughlin) e Will (Noah Schnapp) tentam seguir a vida após os acontecimentos no Mundo Invertido, enquanto Eleven (Millie Bobby Brown) encara uma séria jornada de amadurecimento.

O seriado continua a esbanjar referências de cultura pop e da sociedade da época. O cigarro, por exemplo, personagem hoje banido das produções da TV e do cinema, marca presença na série. E as já comentadas inspirações da primeira fase, como os filmes Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977), Alien, o Oitavo Passageiro (1979), E.T. – O Extraterrestre (1982), Poltergeist (1982) e Conta Comigo (1986), continuam como alicerces da trama e de sua estética. Agora, com o reforço de Caça-Fantasmas e O Exterminador do Futuro, dois lançamentos de 1984.

Confira abaixo as novas referências abraçadas pela série:

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Arcade

Enquanto na primeira temporada a brincadeira que guia a trama do quarteto pré-adolescente é o jogo de RPG Dungeons & Dragons, agora os jovens se reúnem em torno de jogos de Arcade, a velha loja de fliperamas, como é conhecida no Brasil. O primeiro episódio, batizado de Mad Max – outra referência da época, a trilogia estrelada por Mel Gibson —, mostra Mike, Dustin, Lucas e Will em torno de jogos eletrônicos, entre eles Dragon’s Lair e Dig Dug. No primeiro game, cada movimento do cavaleiro, protagonista do jogo, conduz a um caminho surpresa, que pode dar continuidade à trama ou levá-lo à morte. Em uma parte, ele entra em túneis subterrâneos do castelo, com bifurcações. Dig Dug tem uma premissa mais simples, mas correlata: matar monstros enquanto cava buracos na terra. O jogo até batizou o quinto episódio, quando o policial Jim Hopper (David Harbour) se aventura no mundo subterrâneo de Hawkings.

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Reagan onipresente 

Ronald Reagan, presença constante em ‘Stranger Things 2’ (//Reprodução)

Em 1984, os Estados Unidos observavam uma das disputas presidenciais mais marcante de sua história. O então presidente republicano Ronald Reagan tentava a reeleição contra o ex-vice-presidente democrata Walter Mondale. Com a moral lá em cima graças à estabilidade econômica, Reagan ganhou de lavada em 49 dos 50 Estados americanos – feito que até então só Richard Nixon havia conseguido, em 1972. A popularidade de Reagan é vista em Stranger Things nas muitas placas de apoio fincadas nos quintais da maioria das casas dos personagens. Só a família de Dustin exibe um cartaz de Mondale. Outro elemento político constante nas falas dos personagens é o velho medo da União Soviética e a tal ameaça comunista. Eleven é tratada por um repórter amalucado como “a garota russa”. E é com o mesmo ponto de vista que o laboratório que abriga o portal para o Mundo Invertido reforça a importância de que tudo fique em segredo. Afinal, pensam, vai que o grande inimigo dos EUA descobre algo parecido e usa como arma?

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Os pais dos nerds

Paul Reiser
Paul Reiser, de ‘Aliens’ a ‘Stranger Things’ (Foto/Divulgação)

Dois novos personagens da série são velhos conhecidos do público nerd e da década de 1980. Paul Reiser, que interpreta Dr. Owen, o psiquiatra de Will – e chefe da nova versão do laboratório do governo instalado em Hawkings –, deu vida a Carter Burke, ambicioso executivo da companhia tecnológica de Aliens – O Resgate (1986). O filme é uma das grandes inspirações de Stranger Things, especialmente na segunda temporada. Outro ícone geek do elenco é Sean Astin, agora Bob, namorado de Joyce (Wynona Ryder). Astin fez sucesso como o hobbit Sam, amigo de Frodo (Elijah Wood) na saga O Senhor dos Anéis. Mas sua conexão com o universo do seriado remete a 1985, quando ele interpretou Mikey no clássico Os Goonies, outra referência dos criadores de Stranger Things. Em uma das cenas, Bob desvenda o mapa desenhado por Will, algo parecido com o momento em que ele explica aos colegas de Goonies os significados de um misterioso mapa de piratas. Na série da Netflix, ele até sugere que a “brincadeira” proposta por Will seja um “mapa do tesouro pirata”.

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Sean Astin, Bob em ‘Stranger Things’ (//Reprodução)

Fofinho, só que não (mesmo)

Gremlin (//Reprodução)

Dustin irritou os fãs de Stranger Things ao adotar um estranho e quase fofo réptil desconhecido. Ao descobrir que o pet é do Mundo Invertido, em vez de dar fim ao ser misterioso, ele o esconde, o alimenta com doces no conforto do seu lar e o batiza de Dart. O bichinho, contudo, cresce para ser um novo Demogorgon. Dustin não é o primeiro a ser enganado por um animal de outro mundo. Uma velha inspiração de Stranger Things é o filme Gremlins (1984). Na trama, seres fofos e peludos são adoráveis, contanto que três regras sejam mantidas: eles não podem entrar em contato com água, devem ficar longe de luz forte e nunca devem ser alimentados depois da meia-noite. Se uma delas for quebrada, eles se transformam em seres nojentos e perigosos. Dart também não gosta de luzes e de calor, e come constantemente com a ajuda do dono.

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Eleven punk -rock

Novo núcleo roqueiro de ‘Stranger Things’ (//Reprodução)

O sétimo episódio da segunda temporada, A Irmã Perdida, é o mais diferentão de todo o seriado. Nele, Eleven pega um ônibus até Chicago em busca da garota com quem dividiu espaço no laboratório enquanto mantida como experimento cientifico. Ela então encontra Kali (Linnea Berthelsen), a número 8, que tem a capacidade de fazer pessoas enxergarem ou não o que ela deseja. Líder de um grupo de desajustados, Kali tenta treinar Eleven para que seus poderes sejam usados em um plano de vingança. O capítulo sai da estética interiorana dos filmes de terror e sci fy dos anos 1980 para abraçar o cenário rebelde da década anterior. A trupe de Kali mistura figurinos do punk e do glam rock, enquanto a trilha sonora reforça o clima com faixas de Bon Jovi, Fad Gadget, The Runaways e Icicle Works.

 

X-Men

Eleven em crise em ‘Stranger Things’ (//Reprodução)

O episódio A Irmã Perdida é também uma forte referência aos heróis de X-Men e à clássica trama A Saga da Fênix Negra, em que a personagem Jean Grey lida com a potência de seus poderes psicocinéticos e com as tentações, por assim dizer, do lado obscuro da força. Na primeira temporada de Stranger Things, a história em quadrinhos é citada quando os meninos falam do gibi X-Men #134, de 1980 — parte da saga mencionada. É também nessa série das HQs que os X-Men reforçam que seus poderes não são uma maldição, mas sim um dom a ser abraçado. Lição aprendida por Eleven. Vale lembrar que a próxima adaptação da franquia X-Men nos cinemas tratará justamente da jornada da Fênix Negra, longa previsto para novembro de 2018.

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