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A ciência por trás de ‘Despacito’

A teoria musical e até a neurologia explicam o que torna tão grudento o hit porto-riquenho – do qual até Nicolás Maduro quis tirar proveito

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2017, 08h00 - Publicado em 30 jul 2017, 08h00
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  • A edição de VEJA que circula nesta semana traz uma reportagem sobre o sucesso da música Despacito, dos porto-¬riquenhos Luis Fonsi e Daddy Yankee. Em nova manobra para eleger uma Assembleia Constituinte controlada pelo regime chavista, e assim sufocar a oposição, o presidente venezuelano Nicolás Maduro sacou o hit como arma de sua campanha pró-Constituinte. Despacito ganhou uma versão bolivariana, trocando os versos românticos da dupla por um hino que promete que a esperança brilhará na alma dos venezuelanos (um insulto num país em que 106 pessoas foram mortas nos últimos quatro meses em manifestações contra o governo). Os marqueteiros bolivarianos não tiveram nada de bobos: desde que foi lançada, em janeiro deste ano, Despacito foi ouvida 4,6 bilhões de vezes. É a recordista mundial de streamings — e atingiu a primeira colocação nas paradas de 35 países. Mas a peça de propaganda de Maduro provocou a fúria de Fonsi e Yankee, que atacaram o ditador em seus perfis nas redes sociais. O imbróglio se soma a outros sinais que atestam um fenômeno peculiar: a conversão de uma canção não somente em hit, mas em uma espécie de música de fundo incontornável em qualquer situação ou ponto remoto do globo — inclusive dentro da cabeça de quem despreza o Despacito. De tempos em tempos, o mundo revê esse filme: lembre-se do sucesso da também latina Macarena, nos anos 90, ou da engraçadinha Gangnam Style, do coreano Psy, em 2012.

    Despacito ganhou versão de Justin Bieber, que a escutou numa discoteca na Colômbia e a relançou em versão remix dois dias depois. Foi transcrita com uma levada erudita pelo duo 2Cellos. A dupla cubana Los Pichy Boys criou uma resposta a Maduro: Despacito virou Maldito. Ah, sim: Nelson Marchesan Jr., prefeito tucano de Porto Alegre, também surge arriscando seus passinhos num vídeo que fez a alegria da galera do YouTube. Despacito é uma balada banal apimentada pelo rap libidinoso e pela batida do reggaeton — filhote do reggae cruzado com a música eletrônica e ritmos caribenhos. Darren van Ommeren, coordenador do Aruba Summer Music Festival, uma das maiores festas dedicadas ao ritmo, diz que o segredo está no título e também no refrão do hit. “É uma palavra que fica bem em qualquer língua”, diz. “Despacito” significa “devagarinho” em castelhano. Mas significado aí é o de menos: um dos segredos de sua onipresença é o fato de letra, batida e melodia serem absolutamente anódinas, apesar de contagiantes. Há quem veja até razões neurológicas para o sucesso. Daniel Müllensiefen, musicologista da Universidade de Londres, julga que o segredo está na combinação da voz doce e por vezes monótona de Fonsi com o rap acelerado de Yankee. Dessa união sai uma melodia hipnótica, que se fixaria no cérebro dos ouvintes.

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