O presidente russo Vladimir Putin não esperava encontrar tanta resistência do povo ucraniano. Esperava uma vitória rápida e uma ocupação sem grandes incidentes, mas o que está acontecendo é o oposto disso. O avanço de tanques e outros blindados russos tem sido limitado pela resistência desarmada, mas feroz da população.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram cenas de bravura. Em um deles, pessoas comuns se posicionam em frente a um tanque russo. Sozinho, decide recuar.
More Video of unarmed Ukranian citizens blocking roads and forcing #Russian tanks to turn around.#Ukraine #UkraineRussiaWar #UkraineUnderAttack pic.twitter.com/lCYkhC3uWd
— Ukraine News Now (@NewUkraineNews) February 28, 2022
Em outro vídeo, uma multidão impede o avanço de um enorme comboio russo composto por tanques, caminhões e outros veículos enquanto cantam o hino da Ucrânia.
Civilians in #Chernihiv region block the way for #Russian vehicles. They sing the #Ukrainian #anthem.
And they thought to conquer this nation in a couple of days? pic.twitter.com/J5U8Z5wKqC
— NEXTA (@nexta_tv) March 1, 2022
Em Melitopol, outro comboio encontro resistência semelhante. Nem mesmo a aproximação de um caminhão blindado faz o povo retroceder. Eles gritam “vocês não são bem-vindos aqui. Vão embora!”.
#Melitopol. people stop russian troops.
Russian army – you are not expected here, go away!#StopRussia #StopRussianAgression #Ukraine pic.twitter.com/7UQntd90NS— ANTONOV Company 🇺🇦 (@AntonovCompany) March 1, 2022
Nem sempre a estratégia funciona. Em um vídeo divulgado pelo Kyiv Post, um pequeno grupo de pessoas tenta impedir o avanço de blindados se pendurando nos veículos. A cena remete aos protestos da praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989. Os tanques desviam das pessoas e continuam em seu caminho.
Ordinary Ukrainians try to stop the #tank with the bare hands
#Ukrainians are invincible! #UkraineUnderAttack #UkrainiansWillResist #UkraineWar pic.twitter.com/jX4mKOxEPR— KyivPost (@KyivPost) February 26, 2022
Há inúmeros registros de heroísmo. Uma senhora ucraniana encarou soldados russos fortemente armados na cidade portuária de Henichesk, no sul do país. “O que vocês vieram fazer em nossa terra?”, questiona ela, encarando um militar invasor, que tenta amenizar a situação e pede que ela se afaste. “Você deveria colocar sementes de girassol nos bolsos, assim eles vão crescer no solo ucraniano depois que você morrer”, diz ela, antes de ir embora. O vídeo viralizou nas redes e a mulher, não identificada, se tornou um exemplo da resistência ucraniana.
Ukrainian woman: "Why did you come to our land? At least put some grain seed in your pocket so it will grow when you are buried."
Russian soldier: "Please don't continue, our talk will not change anything and solve all the problems." pic.twitter.com/UdRvYSU5KB— SourceBeijing (@SourceBeijing) February 25, 2022
Mas ela não está sozinha. Em outro registro divulgado nas redes sociais, um homem encara dois soldados russos. Ao fundo, é possível ver tanques invasores. “O que vocês estão fazendo aqui? Nós temos nossa vida e vocês tem a sua”, diz ele. “Eu sou russo também, mas moro nesse país. Vocês não têm problemas no país de vocês? Lá são todos ricos? Que vergonha”. A gravação não mostra o final do discurso.
Argument with Russian soldiers/occupiers. Gentleman says ‘I’m Russian too, like you, but this is Ukraine, why did you need to come here and occupy our territory? This is Ukraine not Russia’ #Ukraine #Russia pic.twitter.com/OPvf6NIXtb
— Sam 🇦🇺 (@samstrades) February 26, 2022
Há exemplos de bravura longe do front. A correspondente Lisa O’Carroll, que faz a cobertura do conflito para o jornal inglês The Guardian, criticou duras críticas à posição do Reino Unido em uma entrevista cara a cara com o premiê Boris Johnson. “A Grã-Bretanha garante a nossa segurança, de acordo com o Memorando de Budapeste. Mas você não foi a Ucrânia, não foi a Polônia. Porque você teve medo. A OTAN está com medo da terceira guerra mundial. Mas ela já começou, e são as crianças ucranianas que estão sofrendo”, diz ela. O documento a que ela se refere foi assinado em 1994 e garante assistência à Ucrânia, Belarus e Hungria após os três países desistirem de suas armas nucleares.
Full version here.
There is something so powerful about seeing a journalist speaking truth to power so directly. We all need to watch & learn from this, I believe
pic.twitter.com/kvFuUT4B6F— Carole Cadwalladr (@carolecadwalla) March 1, 2022