Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Videogame pode abalar a autoestima de crianças, diz estudo

Meninas são mais afetadas e comparam aspectos físicos com personagens; efeito é sentido também na TV, mas é maior em games por conta da interatividade

Por Marilia Monitchele
31 mar 2023, 18h11

Passar algumas horas em frente à televisão pode abalar a autoestima de todos, mas especialmente os mais jovens. Um estudo feito na Espanha demonstrou que crianças com menos de 10 anos são muito impactadas pelo que veem em jogos ou na televisão, e tentam copiar roupas, cortes de cabelo ou acessório para se sentirem mais próxima dos padrões de beleza apresentados nas telas.

Os pesquisadores distribuíram um questionário para 792 estudantes com idade inferior aos 10 anos e as respostas indicaram uma relação entre o consumo de televisão e de jogos e a insatisfação com a aparência física. Os dados apontam que o videogame é um dos principais vilões na criação de distorções corporais, e que as principais afetadas são as meninas, que costumam comparar aspectos físicos, como a cor dos olhos, os cabelos e o formato do corpo, com o de personagens fictícios. 

Mesmo que em proporções diferentes, os autores apontam que meninos e meninas aceitam determinados estereótipos e são impactados por certos padrões de beleza, usando imagens corporais que acessam por meio das mídias para interagir com o mundo. Embora reconheçam que essas imagens vêm se tornando mais diversas atualmente, esses padrões ainda não foram completamente abolidos. Existem, naturalmente, personagens empoderados, que oferecem bons exemplos de comportamento para as novas gerações, mas muitos deles ainda se encaixam em padrões estéticos pouco diversificados. 

Sistemas de mídia, muitas vezes, destacam a aparência física em detrimento de outras habilidades ou traços positivos de personalidade, o que faz com que meninas definam essa característica como central para seus valores. A aceitação e o sentimento de adequação também são muito sensíveis e atrelados aos aspectos físicos. Estar submetidos a representações midiáticas padronizadas podem gerar cobranças internas e fazer com que meninos e meninas se sintam desconfortáveis com a própria aparência. 

Continua após a publicidade

A forma com os personagens que compõem o imaginário dessas crianças afetam sua auto imagem é muito mais perceptível entre os adeptos do videogame. Uma razão apontada pelos pesquisadores são os diferentes níveis de atenção que as duas mídias exigem. Nos videogames, a interatividade é bem maior, e isso reflete no impacto que as imagens têm sobre as crianças que, embora sejam afetadas pela publicidade televisiva, ainda dão pouca atenção a esse tipo de conteúdo na faixa etária estudada. 

Os pesquisadores defendem que é preciso um ambiente que incentive a positividade corporal para o desenvolvimento infantil, e que as crianças sejam ensinadas desde cedo a não se compararem com padrões inatingíveis. A alfabetização digital também é central para reverter esse cenário. Por meio dela, é possível que as crianças aprendam a consumir conteúdos digitais de forma saudável e crítica, fomentando estilos de vida menos estereotipados.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.