Um ano após reabrir, a Cinemateca Brasileira divulgou nesta quarta-feira, 7, em São Paulo, um plano de investimento em infraestrutura, nos quadros internos e, sua principal razão de existir, na recuperação de seu acervo. Considerado o maior arquivo audiovisual da América Latina, abriga mais de 40 mil títulos e também documentos (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica.
Batizado Viva Cinemateca, o projeto tem como pilares uma série de ações e investimentos, incluindo a modernização e ampliação de sua sede na Vila Mariana, recuperação, catalogação e digitalização de seu acervo fílmico e uma programação cultural que vai passar por São Paulo e outras 12 cidades do Brasil. Para isso, a Cinemateca conta com um orçamento anual de 14 milhões de reais, complementados neste ano por um aporte extra de 10 milhões de reais, oriundos da Secretaria do Audiovisual, ligada ao Ministério da Cultura. A professora Maria Dora Mourão, que assumiu a direção da instituição desde a reabertura, disse que as iniciativas têm como objetivo “dar mais visibilidade à Cinemateca”.
Entre as iniciativas de preservação, duas coleções receberão atenção especial. Uma delas é a de filmes em nitrato de celulose, que compõem a coleção mais antiga do cinema brasileiro, com registros audiovisuais que remontam à primeira década do século 20. Outra é a dos cinejornais do Canal 100, maior acervo cinematográfico do futebol brasileiro, além de diversos outros temas que marcaram a sociedade brasileira no período de 1957 a 1986.
Uma das frentes mais importantes, no entanto, é a ampliação e a modernização da sede, na Vila Mariana. A ideia é expandir os espaços de laboratórios, além de fazer uma atualização tecnológica nos equipamentos. Entre as intervenções previstas estão ainda adaptações da Sala Oscarito e dos depósitos de acervo. O objetivo é garantir que mais filmes e documentos possam ser preservados e difundidos. Por enquanto, o prédio da Vila Leopoldina, incendiado, está sendo usado como depósito de material que aguarda ser descartado.
Por fim, a projeto prevê uma mostra itinerante, intitulada A Cinemateca é Brasileira. De agosto a dezembro, irá percorrer o país uma seleção de 17 filmes de diferentes momentos históricos, propostas estéticas e abordagens temáticas. A programação vai visitar espaços culturais e salas de exibição de doze estados brasileiros.