Há exatamente um ano, o Projeto Manipueira se propôs a explorar o conceito de terroir aplicado à produção cervejeira. A partir de uma receita básica, que obrigatoriamente leva manipueira, líquido extraído da mandioca, mais de 50 cervejarias artesanais espalhadas por diferentes regiões do Brasil produziram suas próprias versões de cervejas selvagens, feitas com leveduras locais. Agora, após um ano de maturação em barricas, a primeira safra desse inovador projeto está pronta para ser degustada e é um dos destaques do 2º Encontro Selvagem (Encontro do Mundo de Cervejas Ácidas Complexas Brasileiras e Sul americanas), evento que acontece a partir de hoje em São Paulo.
Toda a programação acontece na Cervejaria Tarantino, um dos principais nomes do cenário artesanal. Na quinta-feira, 7, e na sexta, 8, acontecem palestras relacionadas ao mundo das cervejas selvagens, uma categoria ampla que inclui as lambics belgas e as chichas peruanas. Na programação há discussões sobre o uso das madeiras na produção, workshops de análise de cervejas ácidas e complexas e palestras sobre bebidas ancestrais e possibilidades de harmonização.
Pela primeira vez, o mestre cervejeiro belga Gert Christiaens, da icônica produtora de lambics Oud Beersel, virá ao país para discutir a produção desse estilo particular. Além dele, Carla Cisneros Zuniga e Anderson Olarte Carpio, da cervejaria Victoria, do Peru, também falarão sobre a a produção de chica, fermentado peruano ancestral.
No sábado, 9, será realizada a primeira edição da Feira Selvagem, um evento de degustação de cervejas de 25 produtores do Brasil e do mundo. De acordo com Diego Simão, da cervejaria Cozalinda, de Florianópolis, o evento é a principal oportunidade para provar uma grande variedade de cervejas selvagens, ácidas e complexas produzidas no Brasil, incluindo alguns rótulos da primeira safra da Manipueira.
Ainda há ingressos para o evento. A entrada custa R$ 198 e dá direito à degustação de todos os rótulos disponíveis. Os workshops podem ser assistidos gratuitamente online.