Em meio às baixas temperaturas registradas na capital paulista nos últimos dias, a Semana de Design de São Paulo (Design Weekend) traz calor à cidade. Além de mostrar como o design é indispensável na vida cotidiana das pessoas, a DW! vem como uma rica fonte de inspirações e experiências para aquecer os negócios de um setor cada vez mais valorizado. Não à toa, mesmo sendo relativamente recente – acontece desde 2012, idealizado pelo empresário Lauro Andrade – já é considerado um dos três maiores festivais urbanos de design, arquitetura, decoração e economia criativa do mundo.
Em sua 11ª edição, A DW! Conta com mais de 300 eventos – a maioria gratuitos – presenciais e digitais espalhados em diversos locais da cidade em uma intensa programação até o dia 11 de setembro. De museus e escolas até galerias, praças e pavilhões, designers brasileiros têm expostas suas criações 100% nacionais em nove distritos: Alameda Gabriel Monteiro da Silva; D&D Shopping; Jardins e Região Sul; Vila Madalena, Pinheiros e Região Oeste; Shopping Cidade Jardim; Centro, Paulista e Higienópolis; Região Norte e Shopping Lar Center, e Região Leste – Distrito “Digital” (apenas online).
Entre os destaques, exposições e instalações que, após tanto tempo de distanciamento social e eventos digitais, propõem experiências multisensoriais. É o caso da Florense, por exemplo, que em sua “Ipsius”, criada pelo arquiteto Gustavo Neves, apresenta uma vivência sinestésica, guiada por sons e aromas, em um ambiente com isolamento acústico, térmico e sonoro para que a pessoa se conecte à própria essência. O artista Felipe Morozini também vai por esse caminho na mostra “Tudo que não foi dito”, na Estar Móveis, que terá obras com palavras e pensamentos, assim como o estreante Edu Cardoso e sua “viagem cenográfica e poética” em um cubo gigante na Lab88, por meio do projeto “O Bicho do Quintal”, em que narra uma história com personagens de seu cotidiano para “aguçar os cinco sentidos e enaltecer a cultura brasileira”.
Falando em brasilidade, muitos artistas apostam na busca pela ancestralidade como mote de suas exposições. A coleção de tapetes Raiz, da Trapos e Fiapos, por exemplo, é descrita como “um atravessar a nossa história, sempre pensando de onde viemos, onde estamos, por onde caminhamos”. O balanço da exposição “Balancei, Balançou”, criado pelo artista alagoano Jasson a convite do curador Túlio Augusto, do Estúdio Alavantú, de Maceió, que estará exposto no Ateliê Roda, na Galeria Metrópoles, também vem com esse intuito de resgatar “causos” contados por ancestrais para “balançar” relações afetivas. “Essa brincadeira de criança vira de adulto quando olhamos nossos álbuns fotográficos e conseguimos reviver coisas que nos fazem sair da nossa zona de conforto”, diz Túlio.
A moda marca presença na Semana de Design de São Paulo pelas mãos do artista plástico Felipe Oliveira Mello, com “Gabrielle”, que traz intervenções sobre fotos de Coco Chanel, com bordados de pérolas, lantejoulas e pedrarias colocados sobre o rosto da estilista, em um trabalho completamente “handmade, exposto no Estela Marquezi Atelier. E a modelo Isabeli Fontana assina uma collab com o designer Sérgio Mattos na poltrona Flor de Lótus. Ou seja, opções não faltam para criar um roteiro e mergulhar em experiências de design na cidade, que finalmente e mais do que nunca, voltou a fervilhar.