O perigo do calor para os pets: saiba como diminuir os riscos
Pássaros e algumas espécies de cães são os mais sensíveis
As ondas de calor têm se tornado cada vez mais frequentes, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia. O fato de a notícia ter sido amplamente veiculada não impede a surpresa a cada novo recorde de temperatura, levantando preocupações com a saúde. Tomar cuidado com o calor e com a hidratação é extremamente importante, especialmente no caso de idosos e crianças, mas não se deve esquecer dos animais de estimação.
Assim como os humanos, eles também são afetados pelas altas temperaturas e alguns podem precisar de atenção redobrada. Os pássaros são especialmente sensíveis, e por isso devem ser mantidos ao abrigo do sol, em um local ventilado e com água fresca para consumo e banho. Esses animais também podem se beneficiar de frutas à disposição.
Além dos pássaros, os cães braquicefálicos, aqueles com focinho curto, também podem sofrer mais. Isso acontece porque cachorros não transpiram pela pele, como os humanos, então o mecanismo mais efetivo para o resfriamento do corpo é a troca de calor pelas patas e pelo ar inspirado e expelido.
“Como eles têm dificuldade de respirar, não conseguem controlar a temperatura, o que pode levar à síndrome da hipertermia”, afirma a médica veterinária Maira Formenton, membro do Ambulatório de Dor e Cuidados Paliativos da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP) e diretora clínica do Fisioanimal.
É normal que os animais, assim como os humanos, fiquem mais cansados e indispostos, mas alguns sinais devem ser observados com atenção. Especialmente nas raças mais afetadas, como pugs e bulldogs, tonturas, desmaios ou dificuldade para levantar podem ser sinais da síndrome, e, por isso, esses animais devem receber cuidado médico imediatamente.
Independentemente da temperatura, os cuidadores devem estar atentos a quaisquer estranhezas. “Sempre que seu animalzinho mudar o comportamento habitual, como não se alimentar por um dia inteiro, não beber água, se recusar a interações ou tiver transtorno gástricos, como vômito e diarreia, é importante consultar um médico”, diz Kellen Oliveira, presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Não há, no entanto, motivo para pânico. Manter os animais longe do sol, com água fria à disposição em vários locais da casa, com acesso às áreas frescas e, se possível, com ventiladores e ar-condicionado pode ajudá-los a se sentirem melhor — isso também serve para os gatos. No caso dos cachorros, umedecer o dorso, as patas e a barriga também pode ser benéfico. As tosas são bem-vindas, mas um especialista deve ser consultado nesses casos.
Os passeios não precisam ser interrompidos, mas os cuidados devem ser redobrados: as caminhadas devem ser mais curtas, sempre à noite ou pela manhã, quando não há incidência de luz direta, e é importante levar água para manter a hidratação do animal. “Uma outra coisa importante é verificar a temperatura do chão — se estiver muito quente, isso pode gerar queimaduras graves sem que o cachorro perceba”, afirma Maira Formenton.
Com todos esses cuidados, os animais devem passar ilesos pelo calorão.