Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Inclusão fashion: Brasil avança na moda para pessoas com deficiências

Com a chegada das roupas adaptadas, o país passa a oferecer peças estilosas, funcionais e ergonômicas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h31 - Publicado em 14 ago 2022, 08h00

Considerado um dos mais brilhantes cientistas da história, o britânico Stephen Hawking (1942-2018) deixou informações preciosas para a melhor compreensão do universo. O astrofísico tem também sua imagem ligada à esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa que o obrigou a usar uma cadeira de rodas. Entre todos os desafios de Hawking, porém, existia um que, embora óbvio, não chamava tanta atenção quanto as complexas equações que nos ajudaram a conhecer melhor os buracos negros ou como se deu o big bang. Ele não conseguia se vestir sozinho por causa das limitações impostas a seu corpo. Essa é uma enorme complicação para pessoas com deficiência.

Além disso, sofrem para encontrar peças com estilo, bem cortadas. A lacuna, tudo indica, começa agora a ser preenchida. Aos poucos, modelos desenhados para esses consumidores chegam ao mercado respeitando a individualidade, autonomia, corpo e expressão de identidade de cada indivíduo. O pensamento é relativamente novo no Brasil, mas ganha força com o lançamento da coleção Adaptive, da Tommy Hilfiger, marca americana que já lançou coleções para esse público em países europeus, Estados Unidos e Japão. “Tenho filhos com deficiência e aprendi o impacto que uma coleção assim pode ter”, disse Tommy Hilfiger, pai de duas crianças autistas.

PASSARELA - Protesto em Frankfurt, em janeiro: cadeirante no desfile -
PASSARELA – Protesto em Frankfurt, em janeiro: cadeirante no desfile – (Andreas Rentz/Getty Images)

As peças seguem o conceito de design da marca, mas trazem modificações funcionais como fechos magnéticos e de velcro, costuras e zíperes laterais com abertura facilitada, mangas e punhos personalizáveis, elásticos na cintura e caimentos talhados para cadeirantes e usuários de próteses. A iniciativa é louvável e também lucrativa. Segundo a grife, pessoas com deficiência, comumente definidas pela sigla PCD, formam um público que gasta 4,8 vezes mais do que um cliente médio no e-commerce. Considerando que existem cerca de 1,8 bilhão de deficientes no mundo e que até 2026 o mercado para eles deve alcançar 400 bilhões de dólares, além de um belo gesto, trata-se de negócio promissor, como percebeu o grupo LVMH, o maior conglomerado de empresas de luxo do mundo. As marcas da companhia ainda não vendem roupas para esses consumidores, mas começaram a investir na educação de designers por meio de workshops ministrados pelo estilista Marc Jacobs.

PRÁTICO - Tênis da Lado B: cores vibrantes e facilidade para colocar os pés na hora de calçar -
PRÁTICO – Tênis da Lado B: cores vibrantes e facilidade para colocar os pés na hora de calçar – (LADO B/.)
Continua após a publicidade

No Brasil, a população de PCDs é estimada em 45 milhões de pessoas. Desde 2019, quando a Riachuelo lançou uma linha voltada para esse público, assinada pelo estilista Alexandre Herchcovitch, o movimento cresceu. A Reserva, por exemplo, criou sua linha, a Adapt&, em setembro do ano passado. “Nos unimos com a Equal, marca pioneira no desenvolvimento de roupas inclusivas”, diz Rony Meisler, CEO da AR&Co, grupo que controla a grife. São catorze modelos com aparência, modelagem e qualidade idênticas às dos produtos mais vendidos, porém com ajustes ergonômicos.

INSPIRAÇÃO - A cantora Viktoria e seu figurino: tendência -
INSPIRAÇÃO – A cantora Viktoria e seu figurino: tendência – (./Divulgação)

O país conta ainda com outras grifes voltadas para os PCDs, como a Aria Moda Inclusiva, Adaptwear e Lado B. Uma das inspirações para as marcas é a cantora Viktoria Modesta, usuária de prótese na perna esquerda. Seus figurinos sofisticados levaram várias grifes a entrar no segmento com o mesmo arrojo para dar mais representatividade ao público. “Não ter acesso a roupas adaptadas é negar o básico ao indivíduo para que ele se vista com dignidade e autonomia”, diz Laís Ramires, criadora do projeto Corpos que Falam. Ainda bem que, também na moda, o respeito à diversidade se impõe.

Publicado em VEJA de 17 de agosto de 2022, edição nº 2802

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.