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Conheça cinco vinhos do Tejo, região de Portugal ainda pouco explorada no Brasil

Com três terroirs principais, a área ao longo do rio Tejo é conhecida por rótulos brancos frescos e tintos de grande potência

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 out 2024, 10h09

A região do Tejo, em Portugal, é um importante destino turístico por conta de seus castelos, suas ruínas da época do Império Romano, seus conventos antigos e até pela prática da falcoaria, muito tradicional na região. Mas fazem-se vinhos de excelência por lá, embora ainda menos conhecidos por aqui. Para fomentar o interesse pelo vinho local, a Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos do Tejo organiza anualmente a Caravana do Tejo, que neste ano chamou o crítico e jornalista Marcelo Copello, colunista de Veja SP, como embaixador.

O Brasil já é um mercado prioritário para o Tejo. Mais de dois milhões de garrafas são enviados anualmente para cá, e o país é o principal mercado fora da Europa – o primeiro é a Polônia, que importa mais graças a acordos comerciais com grandes redes de supermercados. Do ponto de vista vitivinícola, é a quinta maior de Portugal, com cerca de 12 mil hectares de vinhedos capazes de produzir mais de 75 milhões de litros. Conhecida como Ribatejo até 2019, é vista como uma “continuação” do Alentejo.

O Tejo é basicamente dividido em três grandes áreas produtoras. A Charneca fica na margem esquerda do rio Tejo e tem solos arenosos com potencial para a elaboração de vinhos tintos e brancos. O Bairro fica ao norte, entre o Vale do Tejo e os contrafortes dos maciços de Porto de Mós, Candeeiros e Montejunto, e tem solos argilo-calcários ideais para as castas tintas. Por fim, o Campo fica nas extensas planícies adjacentes ao rio Tejo, sujeitas a inundações periódicas. O solo fértil, de aluvião, dá excelentes brancos frescos, brancos de guarda e espumantes.

Como outras regiões de Portugal, o Tejo tem grande diversidade de castas autóctones. Entre as brancas, a estrela é a Fernão Pires, conhecida tanto pelos brancos refrescantes quanto por alguns rótulos de guarda. A Arinto é outro destaque, bem como a Verdelho e a Alvarinho (mais conhecida como a grande variedade da região dos Vinhos Verdes, ao norte). Entre as tintas, a principal é a Castelão, que já foi a variedade mais plantada de Portugal. Em geral, é usada na elaboração de vinhos mais simples, mas bem trabalhada pode dar origem a rótulos de primeira linha. A região também é conhecida pela diversidade de castas internacionais bem adaptadas, tradição que remonta aos anos 1980. Encontra-se Chardonnay, Sauvignon Blanc, Syrah, Cabernet Sauvignon e Merlot, por exemplo, algo menos comum em outras áreas do país.

Conheça cinco vinhos pouco conhecidos da região que valem o investimento:

Casa Cadaval Riesling
Raridade absoluta, é produzida com uvas Riesling de vinhedos com 35 anos. É um pouco atípico, mas muito fresco. Todo o vinho passa por conversão malolática, prática usada para transformar ácidos málicos presentes na uva em ácidos lácteos pela ação de bactérias lácteas, o que reduz a aspereza. Ainda assim, tem ótima acidez – ou “brutal”, como diriam os portugueses. Importado pela Via Vini.

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Ode Winery Arinto
A propriedade da vinícola foi construída em 1902, mas passou por uma remodelação completa em 2000 e foi comprada por um grupo australiano em 2021. A proposta é oferecer vinhos de apelo internacional. Este rótulo é 100% Arinto, e metade do vinho passa cinco meses em barricas novas de 500 litros, com tosta leve, o que dá mais corpo e uma nota tostada, de baunilha. A vinícola ainda não tem importação para o Brasil, mas está em busca de representantes.

Quinta do Casal Monteiro Touriga Nacional Unoaked
Como o nome diz, trata-se de um vinho 100% feito com a emblemática uva portuguesa Touriga Nacional, mas sem passagem por barricas de carvalho. É uma opção interessante para conhecer a casta de forma mais pura, que valoriza a fruta. Tem boa acidez, bom corpo e taninos mais potentes. Vinho do dia a dia que não pesa no bolso e pode ser encontrado no St. Marche.

Quinta da Badula Grande Reserva 2015
É um ótimo exemplar de vinho mais “clássico”, com maior concentração e longa passagem por madeira. Trata-se de um blend de Syrah, Alicante Bouschet e Touriga Nacional que passa 21 meses em barricas francesas novas. A madeira se destaca de forma clara. É encorpado, mas com boa acidez, e grande potencial de guarda. Importado pela eVintage.

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Quinta do Casal Brando Colheita Tardia 2018
Raridade que só é produzida quando parte do vinhedo é afetado pelo fungo Botrytis, a “podridão nobre”, que concentra os açúcares e mantém a acidez. É um blend de Fernão Pires proveniente de vinhedos com 72 anos e de Viognier, de vinhedos com 12 anos. Passa 24 meses em barricas usadas. É encorpado e untuoso, com alto dulçor equilibrado pela acidez elevada. Grande vinho de sobremesa da Quinta do Casal Branco, propriedade fundada em 1775 que tem mais de 1100 hectares e apenas parte (cerca de 119) é destinada a vinhedos.

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