Além da tradição na produção de rótulos cobiçados, a Itália é o país que mais produz vinhos no mundo. Está à frente de França (que só ganha em valor agregado) e de Espanha, que ocupam as primeiras posições no ranking de produção. No Brasil, apesar da forte tradição de imigração italiana, a Itália ocupa apenas a quarta posição entre os importados, atrás de Chile, Argentina e Portugal. A situação, no entanto, está mudando.
Dados da Italian Trade Agency (ITA) apontam para um aumento de 4,4% nas importações dos vinhos italianos realizadas pelo Brasil nos primeiros 8 meses do ano, passando de US$ 23,5 milhões para US$ 24,6 milhões. Parece pouco, mas houve também um acréscimo expressivo, de 14,3%, no custo médio dos vinhos italianos comprados pelos brasileiros, de US$ 3,43/litro para US$ 3,92/litro. Hoje, o Brasil é o quarto mercado das Américas para os vinhos italianos, atrás de Estados Unidos, Canadá e México.
Parte desse resultado vem da realização de ações específicas de divulgação tanto de regiões com enorme tradição, como Chianti, na Toscana, quanto de rótulos produzidos em denominações de origem menos populares, mas de enorme potencial, como os tintos e brancos feitos aos pés do Etna. Há alguns meses, por exemplo, a ITA promoveu a feira I Love Italian Wines, com masterclasses sobre a recente produção italiana e feira de produtores (alguns ainda sem importação para cá).
Trata-se de uma estratégia que Portugal tem realizado de forma bastante inteligente. Além de eventos para os profissionais, imprensa, importadores e restaurantes, as comissões responsáveis tanto pela produção nacional quanto de regiões específicas promovem encontros com o consumidor final. A iniciativa é importante para que cada pessoa possa provar os diferentes vinhos e criar uma relação de interesse com os paíes, as uvas típicas e os diferentes produtores.
A Itália tem um grau maior de complexidade por conta das diversas denominações de origem, divididas entre IGT (indicação geográfica típica), DOC (denominações de origem controladas) e DOCG (denominações de origem controladas e garantidas). Atualmente, existem 118 IGTs, 330 DOCs e 74 DOCGs. Mergulhar nesse mundo pode ser uma tarefa complicada, e é fundamental que os importadores e restaurantes consigam fazer a leitura do que terá maior aceitação no mercado local.
Além disso, há um crescente número de importadores dedicados exclusivamente aos vinhos italianos. É o caso da Italy Import, do ex-goleiro Cláudio Taffarel, por exemplo, que defendeu o clube Parma em duas ocasiões, entre 1990 e 1993 e entre 2001 e 2003. Mas não é a única. Há outras focadas apenas nos rótulos provenientes da Itália, como a Italianino e a L’Aretuseo, focadas nesse segmento.