A história de uma fotografia incomum da rainha Elizabeth em São Paulo
Imagem foi feita pelo repórter fotográfico Evandro Teixeira, após cerimônia de inauguração do Masp
Parte do acervo fotográfico do Instituto Moreira Salles, uma fotografia da Rainha Elizabeth II em sua única visita ao Brasil, em 1968, mostra a monarca britânica morta nesta quinta-feira em um ângulo muito diferente do habitual. É porque a imagem, que foge aos protocolos reais, foi “roubada” pelo fotojornalista Evandro Teixeira, que na época fazia parte da equipe do diário carioca Jornal do Brasil.
Parte de sua programação em São Paulo, a rainha Elizabeth inaugurou naquele ano a nova sede do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Teixeira conseguiu fotografá-la entrando no carro, na Avenida Paulista, após participar da cerimônia. Flagrado por um segurança, ele foi apanhado e atirado ao chão, quebrando o cotovelo na queda. O registro, no entanto, foi preservado.
“Aproveitei uma brecha e consegui colocar a máquina dentro do carro enquanto ela estava se sentando”, conta o premiado fotógrafo, em entrevista a VEJA. “Quando o segurança me agarrou, o obturador já tinha fechado, ainda bem. Para os olhares mais treinados, dá para ver que a foto está levemente tremida, porque a velocidade de exposição estava baixa. Apesar do braço ferido, fui para a sucursal, revelamos o filme e transmitimos. Foi capa do jornal no dia seguinte. Valeu a pena.”
Fotógrafo do Jornal do Brasil durante 47 anos, Teixeira registrou imagens históricas do país para o prestigiado diário do Rio de Janeiro. Entre elas, a icônica “Caça ao Estudante”, em que soldados do Exército perseguem um estudante na Avenida Rio Branco durante manifestações contra a ditadura no centro da capital fluminense, em junho de 1968. Participou da cobertura de diversos eventos esportivos como olimpíadas, copas do mundo e corridas de Fórmula 1.