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Vida de Imigrante

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Alegrias e agruras da maior diáspora brasileira da história, a partir do olhar de um entre os 5 milhões que formam o fenômeno.
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A Terra para os terráqueos

Temos um desafio único a enfrentar como humanidade: a tragédia climática — ou não vai mais haver Terra, nem terráqueos

Por Edison Veiga Atualizado em 14 nov 2024, 07h48 - Publicado em 14 nov 2024, 07h01
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  • Começou a COP lá em Baku com o alerta de que 2024 será o ano mais quente da história, o que não parecia ser novidade. Trump venceu e voltará à Casa Branca. Guerras estão pipocando por aí: Rússia e Ucrânia, Israel e Hamas, Israel e Hezbollah, tantas outras e tensões inflamando aqui e acolá. Execução a tiros em pleno aeroporto de São Paulo. Os Países Baixos decidiram fechar as fronteiras com a União Europeia. Um homem tentou explodir o STF.

    Penso no Caetano cantando que “alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial”. Penso no John Lennon cantando “imagine all the people living life in peace”.

    A utopia seria um mundo sem fronteiras. “Imagine there’s no countries, it isn’t hard to do. Nothing to kill or die for.” A utopia seria o uso compartilhado da Terra. “Imagine all the people sharing all the world.” Mas isso é visto como papo de sonhador, o próprio Lennon deu a letra.

    O mundo precisa de pontes e não de muros

    Não precisamos chegar a tanto. Só que entre um planeta sem países e o “Make America Great Again” há uma enorme e quase instransponível distância. No meio, muros altíssimos anti-imigrantes, com aqueles tufos espiralados de arame farpado no topo que podem ser traduzidos assim: “A América para os americanos”.

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    Tenho amigos americanos. É provável que você também tenha. Sobretudo tenho amigos que não são americanos e moram nos Estados Unidos. É altamente provável que você também tenha. Esses dois grupos coexistem muito bem, obrigado. Levam suas vidas. Trabalham. Estudam. Namoram. Pagam seus impostos. Consomem. Fazem a economia funcionar.

    Nos últimos anos, o discurso anti-imigração tem aumentado em boa parte do mundo. Vem revestido de cruel xenofobia. Parece esquecer que além de cada cor de pele, por trás de cada sotaque estrangeiro, por baixo de cada veste tradicional típica, independentemente de cada crença, somos todos humanos, terráqueos. Temos mais em comum do que de incomum.

    Se fatiar a Terra entre povos foi consequência histórica do desenvolvimento das civilizações atrelada à própria invenção da geopolítica, precisamos também provar que somos civilizados o suficiente para compreendermos que as barreiras que nos separam não podem nos dividir. O mundo precisa erguer pontes e não muros.

    Temos um desafio único a enfrentar: esta tragédia climática que estamos vivendo. Não sabemos se vamos conseguir superar o problema. Mas os ânimos deveriam estar focados completamente nisso, em esforço comum.

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    Afinal, a Terra para os terráqueos. Todos os terráqueos.

    Mas se seguirmos cada um olhando para um lado diferente, logo mais nem haverá Terra.

    Nem terráqueos.

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