Confesso que foi estranho escrever este texto. Buscar uma forma de otimismo no ambiente de negócios e econômico enquanto sou bombardeado por tristes notícias da guerra imotivada russa contra a Ucrânia e até mesmo uma possibilidade de guerra nuclear não é só triste, mas também assustador. Mas vamos lá. Tentemos ver algo que possa se tornar positivo em algum momento mais a frente.
Definitivamente a Europa mudou. Definitivamente todo o mundo geopolítico caminha para uma nova realidade e com ela muitas possibilidades. O discurso de Biden à nação foi claro em dizer que a inovação estará na pauta principal. As próprias guerras trazem esta discussão. Muitas tecnologias testadas (infelizmente) nelas acabam por se tornar duais, como a esponja de aço, o celular, o microondas, os pneus run flat, enfim, muitas coisas mesmo. Mas pensando fora da guerra, já é possível prever com segurança alguns avanços mais robustos.
A busca por alternativas energéticas limpas será fundamental para a humanidade. FATO. O investimento em defesa militar deve aumentar com substância. FATO. Áreas de desenvolvimento tecnológico e inovações nos campos militar e energético portanto, terão ótimo campo para crescimento.
O fortalecimentos das indústrias nacionais será pauta obrigatória em todas as grandes economias do mundo. Esta é uma visão importante, sobretudo no Brasil, onde este setor produtivo tem sido relegado à marginalidade completa pelo ministro Paulo Guedes – não se sabe o por quê. Outro ponto que vem na esteira deste fortalecimento é a proteção de dados. Sobretudo com uma diminuição do parque fabril chinês a médio prazo, uma vez que as grandes nações não querem mais ter esta dependência do regime de Xi Jinping.
Atenção para os avanço em nanotecnologia e biotecnologia. Tendem a permear todos os demais temas, incluindo discussões éticas na área de saúde que acredito ainda não estarmos, no Brasil, preparados.
Como se pode perceber, assim como a pandemia de COVID acelerou intenções e desejos tecnológicos de anos, que estavam de certa forma patinando para serem absorvidos pela cultura da população, a atual guerra e sobretudo seu efeito na geopolítica, traz para a economia e para os novos negócios, uma oportunidade absurda de realização. Claro que o último ponto, que permeia tudo isso é justamente a maior de todas as revoluções e o calcanhar de Aquiles do Brasil: EDUCAÇÃO.
Neste momento de virada de página global, deveríamos olhar as novas gerações não com a arrogância de mostrar-lhes que sabemos mais, seja pela experiência ou pelas conquistas. É o momento de olhar o mundo pelos olhos da geração Z e Alfa. Claro que eles precisam entender que existem limitantes, inclusive éticos e morais que precisam ser observados, mas é a visão destas gerações que moldará, hoje, o que será o Brasil, amanhã. E este amanhã não está longe.