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Saudades de ‘Breaking Bad’? Série parecida chega à Netflix

‘Ozark’ retrata um americano envolvido com lavagem de dinheiro e tráfico de drogas

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2017, 06h30 - Publicado em 22 jul 2017, 06h30
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  • Homem branco de meia idade se envolve em um esquema criminoso relacionado ao tráfico de drogas e acaba colocando em risco constante sua família, formada por sua esposa loira e duas crianças. A premissa pode ser aplicada a Breaking Bad, uma das melhores séries dos últimos anos, mas também a Ozark, produção original da Netflix que chegou ao catálogo do serviço de streaming na sexta-feira (21) e que vale a maratona.

    Em vez de cozinhar metanfetamina, como era o caso de Walter White (Bryan Cranston), o protagonista de Ozark, o consultor financeiro Marty Byrde (Jason Bateman), precisa lavar milhões de dólares em pouco tempo para um poderoso cartel de drogas mexicano para que não seja morto pelo chefão do esquema, Del (Esai Morales). Ele promete que conseguirá cumprir a tarefa se mudando de Chicago para a região do Lago de Ozarks, no Missouri, que enche de turistas durante o verão americano – e onde ele enxerga a possibilidade de estabelecer sua prática criminosa sem chamar muita atenção.

    Marty, então, leva toda a família para lá. Seu casamento com Wendy (Laura Linney) está em crise profunda depois que ele descobriu que a mulher o traía. Já seus filhos, a adolescente Charlotte (Sofia Hublitz) e o pré-adolescente Jonah (Skylar Gaertner), encontram dificuldades para se adaptar ao novo ambiente. Somado aos problemas familiares, à pressão de Del para lavar o dinheiro e a suas estratégias para fugir das investigações do FBI, o consultor ainda enfrenta duas famílias perigosas em Ozarks – uma delas quer roubá-lo a todo custo, enquanto a outra vê o forasteiro como uma ameaça após ele interferir em seu negócio.

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    A imensidão do lago, que sempre aparece na história, e o tratamento acinzentado dado às imagens dá à série um visual sombrio. Mesmo no verão e na alta temporada, o clima não é alegre – ao contrário de Breaking Bad, que quebrava a tensão vez ou outra com humor, Ozark se leva a sério o tempo todo e arrasta o espectador para dentro da melancolia e do desespero de seu protagonista. No começo, Marty pode até ser visto como um personagem estranho e pouco carismático, mas isso vai mudando ao longo dos dez episódios da primeira temporada, disponibilizados todos de uma vez na Netflix, como é o costume do serviço de streaming.

    Igualmente, a mulher de Marty, Wendy, interpretada magnificamente por Laura Linney, deixa de ser somente a traidora para se tornar peça chave no esquema do marido e na defesa de sua família diante de tantos perigos. Outro destaque é Ruth (Julia Garner), integrante da família Langmore, que cresce os olhos para cima da fortuna que Marty deve lavar – aos poucos, ela mostra que é mais do que parece ser.

    O seriado é construído aos poucos e o consultor financeiro passa por um sufoco atrás do outro. Em alguns momentos, a produção cai na monotonia, mas se recupera no final: os dois últimos episódios são excelentes e dão abertura para uma trama ainda mais intrigante a ser explorada em uma possível segunda temporada.

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