![11111O Retalho.jpg O Retalho, de Philippe Lançon (tradução de Julia da Rosa Simões; Todavia; 464 páginas; 79,90 reais e 49,90 na versão digital)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/03/11111o-retalho.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=200)
Em 7 de janeiro de 2015, o jornalista e cronista Philippe Lançon saiu de casa sem um destino definido: iria para a redação do jornal Charlie Hebdo ou para o Libération, periódicos franceses nos quais escrevia como colaborador. No meio do caminho, decidiu seguir para uma reunião do Charlie Hebdo, sem saber que a escolha quase ceifaria sua vida. Naquela quarta-feira, dois homens armados invadiram a sede do folhetim, em Paris, aos gritos de Allahu akbar (Alá é grande), deixando doze mortos e onze feridos em um atentado terrorista. Lançon é um dos sobreviventes. No livro O Retalho, ele narra os minutos de angústia passados entre a mira dos fuzis e a visão dos corpos dos colegas ao redor. A obra aborda a vida antes e depois do atentado com delicadeza, expondo sem meias palavras a experiência de ver a morte de perto e ainda conviver com as cicatrizes do terror.