A banda One Direction mostrou como ainda é possível fazer sucesso com o velho script seguido pelas boybands: músicas curtas, anódinas e palatáveis, turnês pelo mundo e controvérsias por vezes fabricadas, seja com drogas ou com o vazamento de fotos íntimas. A partir do hiato anunciado em 2015 e iniciado em 2016, os integrantes começaram a investir em projetos pessoais, e logo se criou uma forte expectativa em torno do que apresentaria Harry Styles, o principal nome do grupo. A resposta, surpreendente, veio agora na forma do álbum que leva o seu nome — e que o empurra para fora da receita fácil das bandinhas pop, ninho onde nasceu. Com referências do rock e do folk, Styles prova que o mercado tem espaço para algo além dos bad boys — ou starboys — da pop music.
Corajoso, o garoto faz uso de heranças sagradas da música britânica, como Beatles e Rolling Stones. A primeira faixa do disco, Meet me in the Hallway, uma mistura de Pink Floyd e Elton John, já dá o tom do álbum: o cantor cresceu e este é seu novo estilo. Logo em seguida, somos apresentados ao primeiro single, Sign of the Times, uma balada que o levou a ser comparado com David Bowie.
A terceira música, Carolina, traz uma grande influência dos Stones e mais energia para o álbum. Essa animação volta em Kiwi, que ouvimos mais adiante. Em contrapartida, encontramos mais emoção nas lentas Two Ghosts e Sweet Creature, canção que lembra a eterna Blackbird, dos Beatles.
Em Only Angel, Harry quebra o lento piano do começo da canção com um rock de uma guitarra marcante, mostrando um lado mais descontraído do cantor. A canção Woman é uma das mais comentadas pelos fãs por sua pegada mais moderna, que destoa do resto do álbum.
Harry Styles tem dez faixas e é produzido por Jeff Bhasker, conhecido por trabalhar com cantores como Kanye West e Bruno Mars. O álbum já está disponível nas plataformas digitais, como Spotify, Deezer e YouTube.