Depois de vender mais de 800.000 exemplares só nos Estados Unidos, ser elogiado não só pela crítica especializada, mas também por Barack Obama e Oprah Winfrey, e vencer o Prêmio Pulitzer de ficção, o romance The Underground Railroad (tradução de Caroline Chang, HarperCollins Brasil, 320 páginas, 44,90 reais) chega ao Brasil.
O livro de Colson Whitehead, premiado romancista americano, conta a história de Cora, uma escrava que decide fugir de uma plantação de algodão no Estado da Georgia junto com outro escravo, Caesar. Para isso, eles usam uma rota usada para fugas de escravos, conhecida como underground railroad. Mas, enquanto a rota que realmente existiu consistia em estradas clandestinas e casas onde os escravos podiam se abrigar de maneira segura, no livro ela é tratada como uma verdadeira rede de trens, como se fossem linhas de metrô.
Enquanto fogem, Cora e Caesar se deparam com várias situações inesperadas – ao chegarem à Carolina do Sul, por exemplo, eles descobrem a existência de um plano de esterilizar mulheres negras e usar homens negros para testes de contaminação de sífilis. Ao mesmo tempo, os dois passam a ser perseguidos por Ridgeway, um cruel caçador de escravos.
Ao ser lançado no exterior, The Underground Railroad chamou a atenção por sua história pungente e por seus experimentos na forma do romance. “Por uma inteligente fusão entre realismo e alegoria que combina a violência da escravidão e o drama da fuga em um mito que dialoga com os Estados Unidos de hoje” foi a justificativa do Prêmio Pulitzer para conceder o reconhecimento à obra.
O livro também deve ganhar uma adaptação em formato de série pela Amazon, comandada por Barry Jenkins, diretor de Moonlight: Sob a Luz do Luar, que ganhou o Oscar de melhor filme em 2017.