Viradouro é vice-campeã com enredo sobre Rosa Maria Egipcíaca
Escola de Niterói foi a última a desfilar pelo Grupo Especial
A Unidos do Viradouro, escola de Niterói, se consagrou vice-campeã do carnaval carioca, após tensa apuração na tarde desta quarta-feira, 22. O Brasil “descobriu” Rosa Maria Egipcíaca, como nos anos 60 descobriu Xica da Silva e Zumbi dos Palmares com o Salgueiro de Fernando Pamplona. A campeã de 2023 é a Imperatriz Leopoldinense.
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A última agremiação a desfilar pelo Grupo Especial de 2023, já na manhã de terça-feira, 21, contou a vida e obra de Rosa Maria Egipcíaca, ou Rosa Courana, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país. O enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. Chamaram a atenção as várias alas dedicadas à mineiridade de Rosa, que veio da África no período pré-Inconfidência, e o sertão de Guimarães Rosa.
“No caso de Rosa Maria, é uma mulher que é super importante, mas que, por exemplo, quando eles estiveram em Ouro Preto, para pesquisar sobre a história de Rosa, as próprias pessoas de lá pouco sabiam. Então é realmente um resgate histórico”, disse a atriz Erika Januza, que desfilou pela segunda vez como rainha de bateria. Ela conversou com a coluna na véspera do desfile. “Eu sempre quis estar perto, então hoje estar perto de fato nesse lugar, que é o coração da escola, é de muita honra”. Carolina Macharethe, musa da escola, foi um dos estaques no desfile. Ela viralizou nas redes sociais após um vídeo mostrando sua coreografia impecável.
Dizia o refrão do samba: “Eis a flor do seu altar, sua fé em cada gesto / O amor em cada olhar dos filhos meus / No cantar da Viradouro, o meu samba é manifesto / Imagem de Deus sou eu”.
No ano passado a escola desfilou o enredo Não há tristeza que possa suportar tanta alegria, terminando em terceiro lugar. E foi campeã em 2020 com Viradouro de alma lavada.
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