Escorregadia, com medo da repercussão que possa dar qualquer declaração sua diante da proximidade das eleições, Marina Ruy Barbosa tenta, a todo custo, não entrar em polêmicas quando o assunto é política. Mas o tema é inevitável, há menos de duas semanas do pleito eleitoral. A opinião da classe artística é peça inquebrantável da democracia. Namorada do deputado federal Guilherme Mussi (PP), partido da base aliada de Jair Bolsonaro (PL), a atriz conversou com a coluna – que tentou tirar algum posicionamento seu. No fim, ela dá uma cutucada no atual governo. Confira:
Como você vê a atual agitação política no país? A gente está vivendo um momento que cada vez mais vai debatendo sobre isso, e é fundamental poder falar. A gente tem que se preocupar e ter um voto consciente.
Você fala em quem vota? Falo para os meus amigos, minha família. A gente vive um momento muito polarizado. Cada um tem um jeito diferente de se expressar, da forma como se sente à vontade, sabe? São momentos muito pesados e eu tento manter a minha saúde mental. Não é que eu seja do tipo que liga o “dane-se” para tudo.
Você vota no Lula, no Bolsonaro… Ou em outro nome? É, cê tá sendo bem direto, hein? Está querendo me botar em roubada (risos)! Cada um tem uma maneira de falar. Às vezes querem que a gente seja muito direta, muito clara. Deixo minha opinião de uma forma que, quem quer entender, entende. Quem não quer, nunca vai entender.
Eu quero, mas não entendi. Assim, gosto de ouvir todo mundo. Pode até parecer clichê, mas gosto de ouvir inclusive quem tem opinião diferente da minha, em todas as áreas, não só política. Comecei a me interessar por política de uns cinco anos para cá. Antes não prestava tanta atenção. Cada vez mais, busco informação, me aprofundar para criar a minha opinião e ter base naquilo que acredito.
Como você fala de política em casa, já que seu namorado é político? Como falei, gosto de ouvir outros lados, é bom “furar a bolha”. Ah, mas evito falar assim, porque esse negócio de “furar a bolha”’ hoje em dia pode dar outra polêmica. Ouvir o outro é fundamental. A gente precisa se ouvir.
Já vi que esse é um assunto que você foge. Olha, li o livro Dez motivos pra você deletar suas redes sociais agora. Óbvio que ninguém vai deletar as redes sociais, porque a gente trabalha com isso! Mas o livro fala que só seguimos quem queremos. O algoritmo te sugere perfis que são parecidos com seus gostos. Não se tem mais a empatia de entender o lugar do outro, porque não se vive o mesmo mundo que a outra pessoa. Deixamos de ser empático, sabe? Fomos ficando cada vez mais autoritários. É isso, eu acho que precisa de mudança. O Brasil está precisando.