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Pepetela, aclamado escritor angolano: ’É preciso fazer guerras’

Autor do clássico ‘Mayombe’, que vem ao Rio para debate, falou com a coluna GENTE

Por Nara Boechat 6 out 2024, 09h00
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  • Escritor angolano Pepetela
    Escritor angolano Pepetela (./Divulgação)

    Maior referência da literatura angolana e ganhador de diversos prêmios, incluindo o Camões em 1997, o escritor Pepetela, 82 anos, foi o convidado para o Clube da Leitura do Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro, que completa 35 anos em outubro. O evento, que acontece na próxima quarta-feira, 9, vai debater Mayombe, um dos livros mais vendidos do autor no Brasil e escrito no período em que ele era guerrilheiro do Movimento Popular de Libertação de Angola. À coluna GENTE, Pepetela arrisca dizer que a escolha se deve não só pelo sucesso como também pelo contexto atual. “O mundo continua em lutas”, desabafa. Conhecido por misturar ficção e realidade, diz gostar de visitar diferentes temas, mas admite paixão pela política: “Abandonei o vício do fumo já há muitos anos, mas a política acho que não consigo”, brinca.

    A que o senhor credita a escolha de Mayombe para o evento no Rio? Penso que tem a ver com o fato de ter sido um livro que entrou no PNLD (Programa Nacional do Livro Didático do Ministério da Educação) e também, durante alguns anos, era leitura obrigatória para quem fazia o exame de entrada na Universidade de São Paulo. Além disso, talvez seja o meu livro mais divulgado no Brasil. É um livro antigo, um dos primeiros que escrevi, e trata do ambiente de guerrilha na luta contra o colonialismo português, na luta pela independência. (A obra) narra a história de um grupo de guerrilheiros e as relações entre eles. E, como uma ficção, depois também há cenas de romance.

    Como esta obra se mantém em firme conexão com o mundo contemporâneo? O mundo continua em lutas. Lutas mais justas ou menos justas, mas continua. Infelizmente, para resolver certos problemas, é preciso fazer guerras. Não devia ser assim, mas é. Esse é o mundo que temos. Uma coisa que noto é que no Brasil escreveu-se muito pouco sobre as suas lutas. Por exemplo, ficção sobre as lutas pela independência. É possível que eu não esteja totalmente bem informado, mas da informação que tenho, há poucos livros tratando essas questões.

    O senhor explorou muitos estilos e temas além da política. Tem alguma coisa que ainda deseja escrever? Há sempre temas. O problema é o tempo, é a capacidade mesmo. Às vezes, problemas da memória começam a afetar e dificultam as próprias críticas e o olhar. É muito difícil. A partir de uma certa idade, é um bocado complicado. Escrevi poucos livros que não sejam angolanos, mas há muitos temas. Por exemplo, a situação atual do mundo. Mas o tema política é o que me atrai. É como fumar. É um vício que é difícil de abandonar. Abandonei o vício do fumo já há muitos anos, mas a política acho que não consigo. 

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    Tem algum projeto em andamento? Acabei de fazer um. Já está na edição. É um livro que tem alguma conotação política de qualquer maneira. No fundo, é a história de três amigos da mesma idade, que estudaram juntos e que se reformam mais ou menos ao mesmo tempo. São eles os três reformados e aquilo que lhes acontece é a relação e depois também de vez em quando umas vidas ao passado de se perceber qual foi a vida de um, qual foi a vida do outro…

    SERVIÇO: Clube de Leitura do CCBB acontece na quarta-feira, 9, às 17h30, na Biblioteca Banco do Brasil, do CCBB RJ, com participação da professora Carmen Tindó. A entrada é gratuita.

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