Em Vai na fé, Sheron Menezzes, 39 anos, interpreta sua primeira protagonista negra, a batalhadora Sol. A representatividade de seu papel transcende o que diz o roteiro da trama. A seu ver, esta personagem ajuda a compor a autoestima de milhares de jovens, que passam a vê-la como ideal e possibilidade de referência. Em conversa com a coluna, Sheron falou desse desafio.
Como tem visto o movimento por maior diversidade na TV? Acho muito importante estar nesse lugar hoje, porque quando eu era pequena e não tinha muitas referências. É de extrema necessidade, que principalmente as crianças pretas olhem para mim e se vejam. Que falem: ‘Olha, a Sol é uma mulher igual a minha mãe, igual a minha tia, eu posso estar lá também’.
Faltou esse tipo de referência a você? Eu achei que não podia, demorei a acreditar que podia estar em algum lugar. É de extrema importância, que cada vez mais as pessoas pretas se vejam no audiovisual de maneira positiva, com família, com mãe, com pai, com filho, com emprego, com bolsa, com sapato, entende? Isso constrói a autoestima das crianças. Graças a Deus, tive uma mãe que construiu a minha, mas muita gente constrói com a televisão e o nosso papel é fazer isso.
Vê com otimismo o movimento atual? Sou extremamente otimista, sou do meio copo cheio, não sou do meio copo vazio. Sou positivista. Fui criada assim, sempre vejo o lado bom das pessoas e das coisas. Talvez esteja errada, mas é o jeito que fui criada. Eu dou a cara, depois apanho, mas tudo bem, porque eu vivi.
De onde vem a inspiração para esta personagem? Eu não sou evangélica, a Sol não é baseada na religião. A minha personagem é baseada na realidade, é uma mulher de verdade, que levanta e vai tocar sua vida, que tem fé. Ela tem fé que as coisas vão dar certo. Quando as pessoas entenderem isso, a gente ganha a (audiência da) novela.
https://www.youtube.com/watch?v=iT6T5E1RwsY&t=10s
https://www.youtube.com/watch?v=iBzXuk-1wGk